LFO – Sheath (warp) Importado
O nome LFO se confunde com a história do tecno inglês. Quando os primeiros britânicos pegaram as lições de Detroit e começaram a dar a elas uma cara própria, a dupla inglesa Mark Bell e Gez Varley estava no meio deles. É dessa época seu maior hit até hoje, a umbilical “LFO” (que na Inglaterra chegou às 12 mais da parada pop).Treze anos depois de uma carreira errática, com dois álbuns e poucos singles, Bell aparece, agora sozinho, com o terceiro álbum do LFO. Tornou-se um produtor de renome (já fez Björk e Depeche Mode) e sua marca é extrair musicalidade e ritmos dançáveis de insumos à primeira vista esquisitos demais para isso.”Sheath” tem muita coisa para agradar muita gente. É um disco de eletrônica maduro, mas que também sabe bater cabeça quando é o caso. Nele, convivem “Mokeylips”, um funk abstrato, breakbeat conceitual, com “Mummy”, que é tecneira sólida, daquelas que socam o bumbo sem dó. “Snot” oferece um groove desengonçado, enquanto “Unafraid to Linger” é ambient que cairia bem como trilha de filme com tendências épicas. O primeiro single do disco, “Freak”, foi um dos hits do ano nas pistas européias, e até os 2 Many DJ’s mandaram a faixa em seu set no TIM Festival. Com exceção de algumas poucas faixas meio sem rumo, é um álbum bem bacana. “Sheath” não veio para romper paradigmas, mas se insere com elegância na tradição de eletrônica cabeça de seu selo Warp (ver também Aphex Twin, Autechre e Boards of Canada).
Camilo Rocha
Pílulas
O nome LFO vem dos sintetizadores analógicos
LFO significa low frequency oscillator, uma função básica na maioria dos teclados que, entre outras coisas, faz o som pulsar. A influência de Bell e Varley foi não somente o som da acid house que tomou a Inglaterra no fim dos ano 90, mas também o electro hip hop. Como uma dupla, o LFO lançou apenas dois álbuns – Frequencies (1991)e Advance (1996) – além de um punhado de singles.