Não tá no Gibi – O espírito por trás do Spirit
Frank Miller estréia na direção com The Spirit, o Sin City de 2009
Pedro Burgos
O herói está pulando por telhados na cidade à noite, a chuva cai forte. Ele pensa em voz alta sobre como a cidade é suja e cheia de violência, mas que precisa dela. E ela dele. O monólogo é interrompido por gritos de uma mulher sendo roubada em um beco escuro. O mocinho mascarado desce até o lugar, distribui socos nos bandidos, joga um deles de cabeça pra baixo em uma lata de lixo. O policial chega e agradece; a mulher suspira, apaixonada; ele desaparece na escuridão. Assim é The Spirit – O Filme: com todo o jeitão de um gibi antigo, fiel ao estilo de Will Eisner, a lenda dos quadrinhos que criou o personagem em 1940. Natural, já que o diretor aqui é outro autor lendário: Frank Miller, que reinventou Batman na graphic novel O Cavaleiro das Trevas e criou várias séries cult, como 300 e Sin City. Miller tinha desistido do cinema depois de fazer o roteiro das bombas Robocop 2 e 3, mas acabou convencido por Robert Rodriguez a dirigir com ele o estiloso Sin City (2005). Agora, em seu primeiro filme solo, ele pega emprestado o visual meio cinema meio quadrinhos deste último e dá um upgrade: mais cores, mais efeitos, mais atuações exageradas. A história? O básico: um herói quer descobrir a origem de seus poderes, e acabar com um vilão. Mas não importa: o que conta ali é o pincel de Miller. E assim é The Spirit: um filme para fãs de quadrinhos feito por um fora-de-série. E vice-versa.
The Spirit – O filme
16 de janeiro nos cinemas