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O que é o Eurovision, festival que acontece neste final de semana

A competição musical europeia não é tão conhecida por aqui, mas já levou artistas como ABBA e Céline Dion ao estrelato – e rendeu até hits em versão brasileira.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 11 Maio 2024, 02h53 - Publicado em 9 Maio 2024, 16h00

É tipo uma Copa do Mundo, só que com música no lugar de futebol e com apenas alguns países. (Pensando bem, não tem nada a ver com a Copa.)

O Eurovision (ou, em português, Eurovisão) é um festival anual que reúne quase todos países europeus (e mais alguns infiltrados) numa competição musical. Cada país é representado por um artista e uma canção específica, e, após votação popular, o grande campeão é coroado.

A final da edição de 2024 acontece no próximo sábado (11), em Malmö, na Suécia. Antes disso, duas semifinais já aconteceram também por lá: a primeira na terça-feira (7) e a segunda na quinta-feira (9).

Como dá para notar pelo nome, o Eurovision é uma invenção europeia. A competição é organizada pela União Europeia de Radiodifusão, que, por sua vez, reúne organizações e emissoras de TV e rádio das nações do Velho Mundo. 

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Funciona assim: cada país participante seleciona internamente um artista ou uma banda para representá-lo no festival. Aí, reunidos no país sede, todos se apresentam ao vivo. 

Depois, os países participantes votam em quem foi melhor – com o detalhe, é claro, de que não é possível votar no próprio país. São dois tipos de pontuação: um formado por um júri técnico de cada país e outro pelo voto popular. Juntando ambas, chega-se ao vencedor do ano.

Ficou curioso? Se você não está na Europa e não consegue assistir pela TV, o Eurovision é transmitido no YouTube; a final acontecerá neste sábado, às 16h.

O festival pode não ser muito conhecido no Brasil, mas é bastante tradicional na Europa: a primeira edição foi em 1956, e, desde então, ele acontece todos os anos (com exceção de 2020, por causa da pandemia), com milhões de telespectadores mundo afora. 

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E, mesmo que você não conheça a competição em si, com certeza já teve contato indireto com ela: o grupo sueco ABBA foi lançado ao estrelato após vencer a edição de 1976, com a música “Waterloo”. Assista a performance original aqui.

Cada país decide como será feita a escolha de qual artista e canção representará a nação, mas a maioria têm competições próprias que antecedem o Eurovision e funcionam como uma espécie de seletiva para a competição internacional – é o caso do festival de Sanremo, da Itália, ou o Festival RTP da Canção, de Portugal.

Apesar de ser (obviamente) uma competição europeia, nem todos os países do continente participam – alguns por decisão própria, outros porque não podem. Uma notável ausência atual é a Rússia, que está banida do Eurovision desde 2022 por ter invadido a Ucrânia (que participa normalmente e, inclusive, venceu a edição daquele mesmo ano). 

Além disso, há países não-europeus que participam como “convidados fixos” – caso da Austrália e de Israel. No total, 52 países já participaram de pelo menos uma edição do Eurovision, seja por serem europeus ou como convidados.

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Como são muitos participantes, o festival atualmente tem duas semifinais, em que alguns países são eliminados, e uma grande final, com 25 músicas participantes.

O país que venceu a edição anterior tem sempre uma vaga já garantida na final. Além dele, Reino Unido, França, Espanha, Itália e Alemanha – grupo chamado de “Big Five” –  também sempre vão direto para a última etapa. Isso porque esses países são os que mais contribuem financeiramente para o evento acontecer, então possuem essa regalia. 

As edições quase sempre acontecem no país que venceu a competição no ano anterior. Em 2024, por exemplo, os artistas se reúnem na Suécia porque a vencedora do ano passado foi a cantora Loreen, que representou a nação nórdica com a música “Tattoo” (que talvez você conheça sem nem saber por causa da versão abrasileirada “Daqui Pra Sempre”, de Manu Bahtidão e Simone Mendes). Loreen, inclusive, já havia vencido o festival pela Suécia em 2012, com a canção “Euphoria”.

A Suécia, aliás, está bem na fita: é o país que, empatado com a Irlanda, acumula mais vitórias: são sete para cada.

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Mas, depois do ABBA, o maior nome que já passou pela competição foi o da cantora canadense Celine Dión, que venceu a edição de 1982 representando a Suíça. Ela já era conhecida em países francófonos, mas ganhou fama global com o feito. 

 

Entre os vencedores mais recentes estão a banda italiana Måneskin (2021) e a canção “Arcade”, do holandês Duncan Laurence, que ganhou em 2019 e virou um hit no TikTok.

A popularidade do festival na Europa também traz consigo algumas críticas e polêmicas – a maioria de cunho político. Caso da participação da Rússia, por exemplo. É o que acontece quando se reúne vizinhos de continente que vivem brigando entre si numa mesma competição, claro.

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E nem só vizinhos: a participação de Israel no Eurovision é sempre um grande alvo de críticas, e mais ainda em 2024, por motivos óbvios.

No começo do ano, uma carta pedindo para que o país do Oriente Médio seja proibido de participar da edição deste ano recebeu mais de duas mil assinaturas de artistas de países nórdicos, incluindo nomes como da cantora Robyn. O documento critica a invasão militar do país na Faixa de Gaza e alega que Israel desrespeita os direitos humanos. O precedente para isso foi aberto em 2022, quando a União Europeia de Radiodifusão baniu a Rússia da participação justamente pela guerra contra a Ucrânia.

Uma outra carta defendendo a participação de Israel na edição de 2024 foi publicada, contando com assinatura de artistas como Boy George e Helen Mirren. No fim, a União Europeia de Radiodifusão decidiu não proibir a participação do país. A organização ainda argumenta que o evento é apolítico e apartidário – manifestações de cunho político por parte dos artistas participantes são, inclusive, proibidas pela organização.

Israel já venceu o Eurovision quatro vezes – mais recentemente em 2018, com a música “Toy”, de Netta. 

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