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O som das cores

Alexandre Carvalho dos Santos Imagine que você está cantando e começa a ver figuras coloridas na sua frente. É o que acontece com a artista israelense Michal Levy. Ela tem sinestesia, condição neurológica que causa o troca-troca dos sentidos: se ouve um som, ela vê uma cor. Com seu dom, Michal resolveu fazer animações, já […]

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Atualizado em 31 out 2016, 19h06 - Publicado em 23 out 2011, 22h00
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  • Alexandre Carvalho dos Santos

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    Imagine que você está cantando e começa a ver figuras coloridas na sua frente. É o que acontece com a artista israelense Michal Levy. Ela tem sinestesia, condição neurológica que causa o troca-troca dos sentidos: se ouve um som, ela vê uma cor. Com seu dom, Michal resolveu fazer animações, já que ela associa a matemática das notas musicais a formas geométricas. Aqui ela explica essa confusão

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    Quando você descobriu que sentia as coisas de forma diferente?

    Minha primeira lembrança foi aos 17 anos. Eu estava estudando música, harmonia, essas coisas. Certa vez, exausta depois de um dia de estudo, estava voltando para casa no fundo do ônibus ouvindo [o jazzista] Joe Henderson. Quando ele começou a fazer o solo da música, de repente vi uma pequena figura em movimento, que se mexia de acordo com o som. Era como se um desenho animado estivesse acontecendo em tempo real, controlado pela direção do solo. Fiquei sentada vendo a música sendo pintada na minha mente, na parte de trás dos meus olhos.

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    A sinestesia varia de pessoa para pessoa. Como ela se manifesta para você?

    Na minha cabeça, os números e as letras têm cores e sons. Assim, quando conheço uma pessoa nova, por exemplo, o nome dela é registrado pelo meu cérebro em forma de som e cor. Aí acontece de, às vezes, eu me confundir com dois nomes que têm os mesmos sons, mas numa ordem diferente, como Roland e Ronald. Também percebi que tenho uma cor para cada número. 5 é azul, 3 é vermelho, 2 é amarelo, 4 é um verde-claro-brilhante… E os dias da semana também têm cores próprias. Por exemplo, se alguém me diz “Vamos nos encontrar na sexta-feira, às 2 da tarde”, eu vejo as cores amarelo e roxo-claro.

    Como você transforma a confusão de sentidos em música?

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    Quando faço um solo no saxofone, escolho uma cor para me conduzir. Por exemplo, se tocar um solo em que eu veja a cor vermelho, acabo fazendo uma música que tenha calor e ação. Ou posso tocar um solo com predomínio de cor-de-rosa, e isso faz com que eu imagine uma música mais leve, jovem e brincalhona. Cada cor tem um significado para mim. Um verde-oliva lado a lado de um laranja-escuro tem um som diferente de um verde-claro ao lado do mesmo laranja-escuro…

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    A sinestesia coloca você em dificuldades às vezes?

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    Uma vez o caixa eletrônico recusou a minha senha e engoliu o meu cartão. Eu podia jurar que sabia a minha senha de 4 dígitos, porque sentia que os números de cores fortes vinham antes das cores suaves. Acabei me convencendo de que estava certa, até que a máquina não quis mais devolver o meu cartão. Depois soube que a confusão foi minha. Mas foram as cores que fizeram minha mente cruzar os lugares dos números.

    Outros sinestésicos costumam comentar o seu trabalho?

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    Alguns sinestésicos dizem que sentem as coisas da mesma forma que eu, mas que não conseguem expressar para os outros, como eu faço. E é muito engraçado conversar com outra pessoa que tem sinestesia envolvendo números. Nós entramos numa discussão sem fim, e sem vencedores, se o 5 é azul ou vermelho. É claro que para mim é azul – e isso não se discute [risos].

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