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Os “calendários” e “relógios” bizarros de Game of Thrones

O tempo lá não é medido como aqui. E dificilmente um dia equivale a 24 horas. Entenda.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 26 out 2020, 08h32 - Publicado em 12 abr 2019, 19h42

“Vamos marchar em direção a muralha às seis da manhã”. “A coroação acontecerá em abril”. Pareceu estranho? Não é à toa. Você nunca leu ou ouviu algo parecido nos livros ou na série de Game of Thrones.

Isso porque os personagens não medem o tempo da mesma maneira que a gente. Na verdade, um possível “relógio” em Westeros seria bem mais interessante que o nosso.

Na maioria das vezes, quando o tempo é retratado nos livros, ele está muito atrelado aos fenômenos da natureza. É comum se referir ao nascer e pôr do sol, da lua, amanhecer e entardecer. Outro termo muito usado é a “primeira luz” que, evidentemente, representa o momento do primeiro raio de sol.

Além desses termos mais “comuns”, existem outros termos típicos e exclusivos do universo de GOT. Esses são os mais legais.

A hora do morcego, por exemplo. As pessoas marcam compromissos na “hora do morcego”. Ou então tem o hábito de tomar um drink na “hora do lobo”. Que horas animalescas são essas?

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Bem, a do morcego é a hora em que já há escuridão total no céu, mas ainda não chega a ser madrugada. As hipóteses dos fãs dizem que as horas recebem os nomes devido a maior atividade de cada animal.

Logo depois dela, vem uma sequência: a hora da enguia, hora dos fantasmas e hora da coruja.

O momento seguinte é chamado de a hora do lobo. No livro, é dito que a hora do lobo é “a parte mais negra da noite”. Sabe aquela expressão “sempre fica mais escuro antes de amanhecer”. Pois é: a hora do lobo tende a ser a última hora da madrugada, o último momento de escuridão antes do amanhecer.

A última cujo nome conhecemos é a hora do rouxinol, quando clareia e os pássaros começam a fazer barulho.

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E depois disso, as horas seguem mais ou menos anônimas. Aparentemente, a passagem do tempo no período diurno não é tão relevante para os personagens a ponto de ganharem nomes específicos nos livros. E até que tudo bem: durante o dia fica mais fácil de organizar compromissos apenas com expressões como “depois do almoço” ou “na hora do jantar”…

As quatro estranhas estações

Outra divisão temporal que difere da nossa tem relação com as estações do ano.

Algumas coisas o mundo deles tem em comum com o nosso. Os meistres (sábios e curandeiros que tomam conta das áreas intelectuais e de saúde em Westeros) também  identificam que um ano é o tempo que leva para o planeta deles dar uma volta em torno do sol. Eles sabem disso através de observações astronômicas.

Acontece que não há quatro estações bem delimitadas ao longo desse período, como acontece aqui na Terra. O lema da família Stark já alerta: O inverno está chegando. Mas quando? Não é possível prever quando começa ou acaba cada estação.

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As estações tem durações variáveis – um verão pode durar muitos anos, ou ser excepcionalmente curto. A mesma coisa se aplica ao inverno – motivo pelo qual invernos muito longos levam à morte de muita gente.

Em um aspecto geral, as estações duram muito mais do que as nossas. Normalmente o tempo mínimo para cada uma delas é dois anos, mas pode chegar a extremos bem maiores – e tão preocupantes a ponto de se tornarem lendas. É o caso do período conhecido como a Longa Noite, um inverno muito rigoroso que durou uma geração inteira. A luz do sol era praticamente inexistente. Pessoas nasceram e morreram sem nunca ver a luz do dia.

Também não sabemos se eles possuem semanas ou meses iguais aos nossos. Os livros mostram evidências que eles se baseiam muito nas fases da lua. Dizer que o rei morreu no terceiro dia da terceira lua é bem mais comum em Westeros do que aqui no Brasil (e no mundo ocidental como um todo, que liga pouco pro calendário lunar).

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Algo que é bem parecido com o nosso calendário é a contagem dos anos. Segundo o calendário cristão, estamos no ano de 2019 d.C – depois de Cristo, óbvio.

Já os personagens que conhecemos na série se encontram aproximadamente no ano 300 d.C… Depois da conquista. A conquista, no caso, é a de Westeros.

O continente onde se passa a maior parte do enredo (existe ainda Essos, a parte mais oriental do mundo deles) já foi dominado por vários povos diferentes. Os nativos de lá são conhecidos como Crianças da Floresta. Elas foram conquistadas (e quase exterminadas) quando chegaram os primeiros humanos na região… Conhecidos apenas como “Primeiros Homens”, eles são os antepassados diretos do povo do Norte, mas não do Sul.

Tiveram ainda os Ândalos, o povo Rhoynar… Um bando de conquistadores que foram chegando em Westeros de terras longínquas e querendo um pedacinho da Terra. O ano da Conquista marca a chegada ao poder do povo valiriano. Valíria é uma terra mais ao leste, que já foi um grande império, mas foi destruída por um cataclisma natural. Uma famíliazinha sem muito poder por lá conseguiu estapar com dragões… E chegou em Westeros pronta para dominar.

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Estamos falando dos Targaryen, e de seu primeiro rei, Aegon I. Seu primeiro ano de reinado é o Ano 1 d.C. por lá.

Tirando pequenas pistas presentes nos livros e na série, não temos ideia de como é a relação entre os personagens e o tempo. É provável que o dia deles não tenha 24 horas ou que o ano não tenha 365 dias. Isso tudo, afinal, depende da órbita do planeta em que a história se passa.

Pelo menos conhecemos o suficiente para saber que a oitava temporada de Game of Thrones vai ser transmitida aproximadamente no segundo dia de cada lua, por volta da hora do morcego – ou seja, aos domingos, às 22h. Bom proveito.

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