Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Por que ativistas asiáticos estão boicotando Mulan?

A história começou em 2019, quando a protagonista do filme, Liu Yifei, postou em suas redes sociais uma mensagem de apoio à ação policial diante dos protestos em Hong Kong. Entenda.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 7 set 2020, 22h24 - Publicado em 7 set 2020, 22h16

Como você já está cansado de saber, a pandemia do novo coronavírus teve grande impacto nas produções cinematográficas. Diversos filmes tiveram suas datas de lançamento realocadas devido ao fechamento dos cinemas. O live-action de Mulan, um dos filmes mais aguardados do ano, deveria estrear no dia 27 de março em todo o mundo, mas só chegou no dia 4 de setembro aos cinemas abertos em países como Japão e China. Nos Estados Unidos, o filme estreou na plataforma de streaming Disney+. No entanto, a pandemia não é o único ponto que pode atrapalhar o sucesso da guerreira chinesa. Um comentário feito em 2019 por Liu Yifei, atriz que interpreta Mulan, não foi esquecido pelos ativistas asiáticos, que agora estão pedindo o boicote ao filme. 

Tudo começou em junho do ano passado, quando uma onda de protestos tomou conta de Hong Kong em resposta a um projeto de lei que permitiria a extradição de seus habitantes para a China. Basicamente, quem cometesse um crime na ilha poderia ser levado a julgamento no continente. Hong Kong faz parte do território chinês, mas possui maior autonomia política desde que deixou de ser colônia do Reino Unido em 1997.

A lei foi refutada sob argumentos de que o julgamento destas pessoas poderia ser injusto, por serem usados dois pesos e duas medidas, além de dar mais controle da região administrativa para a China. O projeto de lei foi apenas o estopim de uma série de manifestações pró-democracia, que pediam desde a renúncia de Carrie Lam, chefe do poder executivo local, até a independência da região. Você pode saber mais detalhes sobre os protestos que ocorreram em Hong Kong em 2019 nesta reportagem da SUPER

E então, Liu Yifei entrou nessa história. Na época, a polícia de Hong Kong foi acusada de agir de forma violenta contra os manifestantes, mas a atriz saiu em defesa das autoridades. Em sua sua conta no Weibo, rede social chinesa em que Liu tem mais de 66 milhões de seguidores, a artista publicou o seguinte comentário: “Eu apoio a polícia de Hong Kong. Vocês podem me atacar agora. Que vergonha para Hong Kong”. 

Continua após a publicidade

Os movimentos pelo boicote ao filme começaram já naquela época e voltaram agora com a estreia de Mulan. No Twitter, rede social proibida na China, o ativista pró-democracia Joshua Wong postou: “Este filme é lançado hoje. Mas pela Disney se curvar a Pequim e por Liu Yifei abertamente e orgulhosamente endossar a brutalidade policial em Hong Kong, chamo todos os que acreditam nos direitos humanos a #BoicotarMulan.”

Continua após a publicidade

Liu Yifei é natural de Wuhan, na China, mas possui cidadania americana por ter morado no país durante parte de sua infância. Os internautas também tem criticado a atriz por este motivo. Além disso, eles afirmam que a Disney e outros estúdios de Hollywood “reverenciam Pequim” por censurar e ajustar seus roteiros para que as histórias possam ser distribuídas na China, que é hoje o maior mercado cinematográfico do mundo.

Não são apenas os jovens de Hong Kong que se voltaram contra o filme. Ativistas da Tailândia e Taiwan se aliaram à iniciativa e criaram, inclusive, a #MilkTeaAlliance (Aliança do Chá com Leite) – referência a bebida apreciada nos três países. Os estudantes tailandeses estão pedindo por uma nova eleição, a renúncia do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha (que liderou um golpe de governo em 2014 e permanece no poder desde então) e por direitos humanos. Enquanto isso, Taiwan também luta por menos influência chinesa em seu território.

Mulan custou aos estúdios Disney cerca de US$ 200 milhões, valor equivalente a R$ 1,06 bilhão. Por enquanto, está disponível apenas em cinemas selecionados e no Disney+, plataforma de streaming que deve chegar ao Brasil em 17 de novembro. Nos países em que o streaming já está disponível, os assinantes devem pagar uma taxa extra de US$ 29,99 (R$ 159) além dos US$ 6,99 (R$ 37) mensais para ter acesso ao longa.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.