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Sobre o Brasil

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Atualizado em 31 out 2016, 18h54 - Publicado em 31 ago 2008, 22h00

Na mesma carta, Gouveia lastimava também o enforcamento de Pero Serpa, que fizera retroceder o andamento dos acordos. Há indícios de que aquelas duas naus capturadas por Pero Lopes e Martim Afonso pertencessem a Jean Ango, o poderoso visconde de Dieppe – o que certamente era um agravante para os propósitos conciliadores de Diogo de Gouveia. No mesmo dia em que João de Sousa partira para o reino levando os prisioneiros, Martim Afonso determinou que o capitão Diogo Leite – veterano de duas expedições anteriores ao Brasil – zarpasse para o norte com a missão de explorar o Maranón. Conduzindo as caravelas Rosa e Princesa, Leite teve de enfrentar então as fortes correntes e os perigosos baixios da chamada costa Leste-Oeste, assim denominada em função do único rumo no qual era possível percorrê-la nos tempos da navegação à vela. Esse longo e recortado trecho do litoral brasileiro se estende desde o cabo São Roque, no Rio Grande do Norte, até a ilha de Marajó, no Pará. A navegação por ali era tão complexa e exigente que esse território só seria colonizado pelos portugueses – e a muito custo – um século mais tarde, a partir de 1604 (veja mapa na página ao lado). Embora existam pouquíssimas notícias sobre os resultados obtidos pela expedição, os navios de Diogo Leite certamente chegaram até a barra do rio Gurupi, atual fronteira entre os estados do Maranhão e Pará. A maior evidência desse feito é fornecida pelo mapa que o astrônomo Gaspar de Viegas fez em 1534 e no qual as reentrâncias do litoral maranhense aparecem sob a denominação de “Abra de Diogo Leite”. Viegas fora um dos principais articuladores da doutrina do “Magnus Brasil” e alguns historiadores acreditam que ele fazia parte na expedição de Martim Afonso. Um documento descoberto em 1950 por Jaime Cortesão comprova que Diogo Leite não só chegou à foz do Gurupi como penetrou com suas caravelas no rio Amazonas. Trata-se da carta que o embaixador castelhano Lope Hurtado de Mendoza enviou no dia 10 de setembro de 1531 à imperatriz D. Isabel, na qual relatava uma audiência que recentemente mantivera com D. João III. De acordo com o embaixador, o rei lhe disse então que “duas caravelas, que tinham partido desse reino em companhia de Martim Afonso” haviam retornado a Portugal depois de “descobrir um rio muito grande, que corre entre enormes planícies recobertas de florestas, nas quais vive grande variedade de aves e animais”. Tal descoberta evidentemente dera “muito contentamento” 11 a D. João. Que Diogo Leite de fato explorou o Amazonas é algo que ficaria claro quatro anos mais tarde quando os portugueses decidiram enviar – como se verá – uma frota imponente com o objetivo de estabelecer uma povoação na foz do imenso rio e, dali, tentar a conquista do Peru. Em 1º de março de 1531, uma semana depois de ter enviado Diogo Leite em direção ao Amazonas e João de Sousa de volta para Portugal, Martim Afonso deu prosseguimento a sua missão. Ele já havia lutado contra os franceses na “Costa do pau-brasil” e iniciado a exploração da “Costa Leste-Oeste”. Faltava-lhe apenas percorrer a “Costa do ouro e da prata”. Dessa forma, Martim Afonso iria visitar – com objetivos específicos – os três principais trechos em que se dividia o litoral brasileiro nas primeiras décadas do século XVI. Após enfrentar temporais e correntes contrárias, a frota de Martim Afonso – agora reduzida à nau capitânia, ao galeão São Vicente e à nau tomada aos franceses – entrou na baía de Todos os Santos, na manhã do dia 13 de março de 1531. Aquele extraordinário ancoradouro natural – “largo o suficiente para abrigar todas as frotas da Europa”13 – já era conhecido desde 1502, quando a ele haviam chegado os navegadores Gonçalo Coelho e Américo Vespúcio, que o batizaram com o nome que ainda se mantém. Durante alguns anos, os portugueses também haviam mantido ali um entreposto para recolhimento de pau-brasil. Mas esta feitoria fora desativada por volta de 1525 e, desde então, a baía de Todos os Santos era freqüentada principalmente por franceses e espanhóis. Tão logo puseram os pés em terra, Martim Afonso e seus soldados encontraram, estrategicamente instalado nas proximidades do atual Farol da Barra (hoje um dos pontos centrais e mais conhecidos da cidade de Salvador), o misterioso homem branco a quem os nativos chamavam de Caramuru. Era um náufrago português que há mais de vinte anos vivia entre os Tupinambá. Uma reputação misteriosa o envolvia então – e o passar do tempo apenas se encarregaria de adensá-la. Caramuru era Diogo Álvares. Natural de Viana, no norte de Portugal, ele fora o único sobrevivente do naufrágio que, por volta de 1509, engolira seu navio nos traiçoeiros baixios do rio Vermelho, que fica a poucos quilômetros ao norte da ponta do Padrão (atual Farol da Barra). Os Tupinambá o encontraram entre as rochas costeiras – circunstância que acabou lhe dando o apelido indígena: em tupi, “caramuru” designa uma espécie de moréia, ou enguia, que vive entre as pedras. Acolhido pela tribo, Álvares, então com 17 anos, se uniu com Paraguaçu, filha de Itaparica, o líder dos Tupinambá e senhor da ilha que mantém o seu nome. Instalado na ponta do Padrão, e já chamado pelos nativos de Caramuru, ele passou a fornecer víveres e auxílio a traficantes franceses e exploradores espanhóis, em troca de anzóis, machados e até mesmo de vinho. Sua presença na Bahia já tinha sido registrada por D. Rodrigo de Acuña, um capitão castelhano que tentara cruzar o estreito de Magalhães em 1526 e cujo navio, varrido pelos ventos e com o leme partido, fora empurrado até Laguna (SC), de onde iniciou uma atribulada peregrinação pela costa brasileira. O historiador Pedro Calmon acredita que Caramuru já havia sido visto pelo guardacostas Cristóvão Jaques por volta de 1516.Independentemente de ter sido encontrado primeiro por um português ou por um espanhol, certo é que, ao longo dos anos, Caramuru iria estreitar laços de amizade com os freqüentadores mais assíduos das paragens onde se estabelecera: os contrabandistas franceses de pau-brasil. Essa ligação se tornou tão explícita que, no segundo semestre de 1528, Caramuru interrompeu seu exílio tropical para visitar a França. Quem o conduziu até lá provavelmente foi o capitão italiano Girolamo Verrazano, comandante de um dos inúmeros navios que constituíam a frota particular de Jean Ango, o visconde de Dieppe. Existem indícios de que o piloto do navio com o qual Verrazano (leia nota lateral na p. seguinte) chegou à Bahia em maio de 1528 era Jacques Cartier – um dos principais navegadores a serviço de Jean Ango. Uma vez na França, Diogo Álvares se casou com Paraguaçu, logo após ela ser batizada com o nome de Catarina. Embora certos historiadores afirmem que o nome cristão de Paraguaçu lhe foi dado em homenagem à rainha Catarina da Áustria, mulher de D. João III, documentos comprovam que sua madrinha foi Catarina des Granhes, esposa de Cartier. Que outro motivo poderia explicar a ligação entre a refinada senhora des Granhes e Paraguaçu, se não o fato de ter sido seu próprio marido quem levara a exótica “princesa” indígena para a França? Os fatos históricos que cercam a figura de Caramuru foram envoltos em lenda pelo jesuíta Simão de Vasconcelos, em 1680. Um século depois, frei Santa Rita Durão escreveu o poema Caramuru, baseado em Os Lusíadas, com dez cantos e oitava rima. Lançado em 1781, o poema mitificou ainda mais a figura do náufrago. Vasconcelos e Durão diziam que Caramuru significava “homem do trovão”, elo fato de ele ter disparado seu mosquete ao ser encontrado na praia pelos nativos. A imagem abaixo foi feita pelo pintor Ernesto Scheffel a partir dos episódios narrados por Vasconcelos e Durão. Mas a realidade deve ter sido muito diferente do mito. No dia 13 de fevereiro de 1543, o rei da França, Francisco I, concedeu ao visconde de Dieppe, Jean Ango, uma segunda “carta de marca” mediante a qual o autorizava a atacar navios lusos para se ressarcir de prejuízos sofridos com a captura de suas naus. Convém lembrar que uma primeira carta já lhe fora concedida em julho de 1529 – mas os portugueses a compraram, contornando o litígio. No alvará que justificava a concessão da segunda carta de corso, Francisco I e Jean Ango se referiram à captura de duas naus francesas no Nordeste do Brasil. Estudando detidamente a questão, o historiador Jordão de Freitas concluiu, em 1924, que as duas naus citadas no documento assinado pelo rei eram os dois navios que Martim Afonso e Pero Lopes capturaram em Pernambuco em fevereiro de 1531. O litoral que se estende desde o cabo São Roque (RN) até a ilha de Marajó é um dos trechos mais terríveis da costa brasileira. Embora não seja o ponto mais oriental do continente, o cabo São Roque é o local geograficamente mais próximo do litoral africano. Dali até a foz do rio Parnaíba – apesar de os ventos dominantes empurrarem as embarcações à vela apenas na direção lesteoeste – os navegantes contavam com morros e serras visíveis de alto

De volta ao passado

Nome – Terra Brasilis

Autor – Eduardo Bueno

Editora – Objetiva

Por que ler – A partir das cartas de personagens de nossa história, o jornalista Eduardo Bueno reconstrói os primeiros 58 anos do Brasil, até a chegada de Mem de Sá a Salvador, nos quatro volumes da Coleção Terra Brasilis: A Viagem do Descobrimento; Náufragos, Traficantes e Degredados; Capitães do Brasil; e A Coroa, a Cruz e a Espada. Nos livros, figuras que costumam ficar à sombra dos grandes Nome – s ganham as páginas, enquanto o Autor – narra detalhes do período. Do descobrimento à criação do Governo Geral, primeira tentativa real de colonização feita pela Coroa Portuguesa, estão lá as entradas e bandeiras, a formação das capitanias hereditárias, o fracasso dos donatários e a fundação de São Paulo. Ao destacar casos menos conhecidos, fatos do cotidiano e costumes da época, enveredando por uma espécie de história da vida privada dos primeiros colonizadores do Brasil, os livros não esquecem os grandes personagens, suas formas de agir e de pensar. Neles, descobrimos algumas das raízes da corrupção, do nepotismo e da violência no Brasil em situações como as que mostram que os primeiros administradores e burocratas responsáveis pela colonização da Colônia já não zelavam pelos cofres públicos. Bueno também relata a vida de traficantes de escravos e de náufragos casados com índias – pais dos primeiros mestiços, ou os primeiros brasileiros –, como o famoso Caramuru, casado com Paraguaçu. E descreve episódios pitorescos, como o do banquete antropofágico que índios canibais promovem com uma centena de portugueses, entre eles o bispo Sardinha. Os hábitos dos colonos pioneiros são cuidadosamente analisados. As obras, que já venderam mais de 500 mil exemplares, tornaram-se best-sellers de História por recuperar passagens obscuras, por aproximar os personagens dos primeiros anos do País a pessoas de carne e osso e por permitir que olhemos para o presente à luz de erros e acertos do passado. Está previsto o lançamento de ao menos mais um livro da coleção, sobre a fundação da cidade do Rio de Janeiro e as invasões francesas.

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(Flávia Ribeiro)

Nome – D. Pedro II

Autor – José Murilo de Carvalho

Editora – Companhia das Letras

Por que ler – O historiador José Murilo de Carvalho apresenta nesta biografia um homem dividido: de um lado, o monarca D. Pedro 2º, que governou o Brasil por 49 anos; de outro, o cidadão Pedro de Alcântara, amante das artes. Pedro 2º foi um defensor das liberdades individuais. Deposto em 15 de novembro de 1889, deixou “consolidada a unidade do País, abolidos o tráfico e a escravidão e estabelecidas as bases do sistema representativo”, diz José Murilo. “Pela longevidade do governo e pelas transformações efetuadas em seu transcurso, nenhum outro chefe de Estado marcou mais profundamente a História do país”.

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(Flávia Ribeiro)

Nome – O Príncipe Maldito

Autora – Aary Del Priore

Editora – Objetiva

Por que ler – Primogênito da princesa Leopoldina e neto mais velho de D. Pedro 2º, D. Pedro Augusto é um personagem obscuro de nossa História. Mas poderia ter nos governado, mostra a historiadora Mary Del Priore. Xodó do avô, o menino foi criado para sucedê-lo, mas começou a ter seus planos frustrados quando a princesa Isabel, filha mais velha de Pedro 2º , finalmente engravidou e tornou-se mãe. O jovem intelectual, talhado para ser rei, não agüentou a pressão e acabou em um manicômio austríaco. Ao contar essa história, a Autor – a lança luzes sobre os últimos dias do Império e o nascimento da República, marcado por tramas e turbulências.

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(Flávia Ribeiro)

Nome – 1808

Autor – Laurentino Gomes

Editora – Planeta

Por que ler – “Uma forma de avaliar a herança de D. João VI é abordar a questão pelo avesso: como seria hoje o Brasil se a corte não tivesse vindo para o Rio de Janeiro?”, pergunta o jornalista Laurentino Gomes em 1808, que conta a história da vinda da corte portuguesa. O Autor conclui que o País não existiria como é hoje. Amparado em extensa pesquisa, o livro mostra que o período de formação da nova nação foi marcado por clientelismo, corrupção e máquina administrativa inchada. “Heranças mal resolvidas em 1822, todos esses problemas permaneceriam, nos duzentos anos seguintes, assombrando o futuro dos brasileiros – como o fantasma de um cadáver insepulto.”

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(Flávia Ribeiro)

Nós, brasileiros

Nome – Não Somos Racistas

Autor – Ali Kamel

Editora – Nova Fronteira

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Por que ler – O jornalista Ali Kamel define este livro como “uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor”. A obra foi motivada pela discussão em torno da adoção da política de cotas, cujo objetivo é assegurar parte das vagas em universidades públicas a estudantes supostamente oriundos de etnias “não-brancas” – conceito que, num país tão miscigenado, poderia facilmente incluir a maioria da população. Para Kamel, as chamadas “ações afirmativas” não fazem sentido em um país que não cultiva racismo institucionalizado e não apresenta qualquer risco de conflito étnico. Ao contrário, tem sido reconhecido em todo o mundo como exemplo de convívio, com mecanismos eficazes de punição a eventuais demonstrações isoladas de intolerância ou preconceito.

(Maurício Oliveira)

Nome – A Cabeça do Eleitor

Autor – Alberto Carlos Almeida

Editora – Record

Por que ler – Quem aposta no estereótipo do eleitor sem memória e facilmente ludibriável certamente vai dar com os burros n’água. É nisso que acredita o Autor – , que, depois do sucesso de A Cabeça do Brasileiro, decidiu investigar a fundo as motivações em torno do maior símbolo da democracia, o voto direto. Concluiu que mesmo os resultados mais inesperados podem ser explicados pela lógica – e que é possível não apenas compreender as razões que levam a maioria dos eleitores a optar por um ou outro Nome – , mas até mesmo antecipá-las. Uma das constatações baseadas em estatísticas é que governantes bem avaliados, seja em âmbito federal, estadual ou municipal, são praticamente imbatíveis quando se candidatam à reeleição.

(Maurício Oliveira)

Nome – A Cabeça do Brasileiro

Autor – Alberto Carlos Almeida

Editora – Record

Por que ler – O cientista político Alberto Carlos Almeida analisa conceitos e preconceitos dos brasileiros e avalia questões éticas e morais do cotidiano. O célebre “jeitinho” é visto como algo positivo ou negativo? O homossexualismo deve ser aceito ou repudiado? Uma das conclusões é a existência de uma fronteira clara entre uma sociedade moderna e outra arcaica, sendo esta ainda predominante. Espera-se que o quadro mude com o aumento da escolaridade da população, uma vez que as pesquisas de Almeida evidenciam que o nível de instrução é o aspecto mais decisivo dessa balança.

(Maurício Oliveira)

Poder, riqueza e miséria

Nome – Série “A Ditadura”

Autor – Elio Gaspari

Editora – Companhia das Letras

Por que ler – No país que discute se os acusados de tortura durante o governo militar devem ou não ser julgados, os quatro volumes (A Ditadura Envergonhada, A Ditadura Escancarada, A Ditadura Encurralada e A Ditadura Derrotada), escritos pelo jornalista Elio Gaspari, ajudam a entender por que essa ferida continua aberta. O Autor – teve acesso ao arquivo pessoal do general Golbery do Couto e Silva – um dos ideólogos do golpe – e de Heitor Aquino Ferreira, que trabalhou na mesma função para Ernesto Geisel. “O objetivo desta obra é contar por que e como Geisel e Golbery, dois militares que estiveram na origem da conspiração de 1964 e no centro do primeiro governo constituído após sua vitória, retornaram ao poder dez anos depois, com o propósito de desmontar a ditadura”, escreve Gaspari. “Suas trajetórias ensinam como é fácil chegar a uma ditadura e como é difícil sair dela.”

(Fábio Varsano)

Nome – Os Ricos no Brasil

Autores – André Campos e outros

Editora – Cortez

Por que ler – “Como é possível um país com mais de 177 milhões de habitantes possuir apenas 5 mil famílias portadoras de um estoque de riqueza equivalente a 2/5 do fluxo de renda gerado pelo país no período de um ano?”, questionam os Autor – es de Os Ricos no Brasil, terceiro volume da série Atlas da Exclusão Social. O livro mostra que, em 2000, existiam 1,162 milhão de famílias ricas no país, ou 2,4% da população brasileira, e que apenas 5 mil famílias detinham mais de 40% do PIB nacional. Há também mapas da riqueza no Brasil. Afinal, a compreensão da riqueza pode ajudar a entender a pobreza e a exclusão no País.

(Flávia Ribeiro)

Nome – Notícias do Planalto

Autor – Mario Sergio Conti

Editora – Companhia das Letras

Por que ler – Diretor de redação da revista Veja entre 1991 e 1999, Mario Sergio Conti procura revelar os bastidores da relação entre imprensa e poder, tendo como pano de fundo a ascensão e a queda de Fernando Collor de Mello. Ao narrar a trajetória do ex-presidente, o livro reconstitui o conturbado momento político do País, desde o surgimento do “caçador de marajás” – fenômeno da mídia que foi eleito com o apoio dos principais jornais, revistas e emissoras de TV do País – até a enxurrada de denúncias de corrupção que levaram ao impeachment, Conti traça o perfil dos principais grupos de comunicação e seus donos, dos editores responsáveis pela decisão de publicar as reportagens e dos repórteres que se desdobraram para conseguir os “furos”.

(Fábio Varsano)

Nome – Um Século de Favela

Autores – Alba Zaluar e Marcos Alvito

Editora – Editora FGV

Por que ler – Os 11 ensaios que formam este livro apresentam diferentes olhares sobre a favela. Estão neles temas importantes como a análise de sua formação, ainda no fim do século 19; sua tomada pelo tráfico nos últimos 30 anos; políticas públicas como a que gerou os pioneiros parques proletários e o Favela-Bairro; a imagem que se faz da favela na música popular brasileira ao longo do século 20; o poder das escolas de samba; e o recente fenômeno das galeras funks, entre outras questões que levam a uma discussão sobre o que, afinal, é a favela. Discussão fundamental para o País, já que “falar de favela é falar da história do Brasil desde a virada do século” 19, como dizem a socióloga Alba Zaluar e o historiador Marcos Alvito.

(Flávia Ribeiro)

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