Tal pai, tal filha: um papo com Ishana Shyamalan, de “Os Observadores”
A filha de M. Night Shyamalan estreia na direção com um terror estrelado por Dakota Fanning, em cartaz nos cinemas.
Mina (Dakota Fanning) se perde em uma floresta e é salva por três pessoas que moram em uma cabana visitada todas as noites por estranhas criaturas. Essa é a premissa do terror Os Observadores, de Ishana Shyamalan, filha do cineasta M. Night Shyamalan (de O Sexto Sentido). Assista ao trailer:
O filme marca a estreia na direção de Ishana, que conversou com a Super sobre suas influências e a relação (familiar e de trabalho) com o pai. Confira o papo:
Super: Como você entrou neste projeto?
Ishana: Eu estava trabalhando na série de terror Servant, do Apple TV+, quando o produtor (e meu amigo) Nimitt Mankad me deu o livro Os Observadores (2021), do escritor irlandês A.M. Shine. Ele queria adaptar essa história e eu estava atrás de uma oportunidade para fazer um longa-metragem. Tentei transmitir na tela a mesma sensação que tive ao ler a obra pela primeira vez.
Quais foram as suas outras inspirações para o filme?
Fomos atrás de referências visuais para criar a atmosfera sinistra da floresta em Galway, na Irlanda, como cenas de O Anticristo (2009), do dinamarquês Lars von Trier, e também de Onibaba, um clássico terror japonês de 1964. Gosto de explorar filmes antigos para me inspirar porque, neles, há uma especificidade e um caráter marcante ausente no cinema moderno – que, ao meu ver, é mais polido.
Quando você decidiu se tornar uma cineasta?
Foi um processo gradual. Sempre pratiquei diversas formas de arte, como dança, música, desenho… Era nesses momentos que me sentia mais produtiva e conectada com o que estava fazendo. Na hora de escolher uma carreira na universidade, o cinema pareceu ser a linguagem que unia tudo o que eu gostava. E aí, ao fazer o meu primeiro curta-metragem, tive certeza de que estava na direção certa.
Como é a relação com o seu pai?
Ele nunca quis se afastar da família por causa do trabalho, então eu e minhas irmãs volta e meia estávamos ao seu lado durante as gravações. Lembro-me especialmente do set de A Dama na Água (2006), em que pude vê-lo materializar uma história que ele criou para nos colocar para dormir. Hoje, ele é parte fundamental do meu processo criativo, ouvindo meus problemas e oferecendo conselhos.