Tengenenge: arte na mata tropical
A Escola de Tengenenge, no Zimbábue, mantém viva a criatividade regional das esculturas africanas.
A arte milenar das tribos africanas, ameaçada pela aculturação e pelo simples desaparecimento das comunidades, encontrou um meio inesperado de sobreviver na Escola de Tengenenge. Uma refinada expressão da escultura negra, ela nasceu em 1967 devido a dificuldades de um camponês do Zimbábue (antiga Rodésia). Seu nome é Tom Bloomfield e a escola funciona com ajuda dos 80 empregados que ele não quis despedir, há 25 anos. Seu sucesso consiste exatamente em manter viva a criatividade regional. As duas únicas regras que impôs desde o início do trabalho: nenhum artista deve copiar o outro e deve manter um certo isolamento da civilização. “Com sua falta de conhecimento, os artistas de Tengenenge preservaram uma coisa a que eu não posso mais aspirar: a inocência”, testemunha Tapfuma Gusta, um talentoso ex-aluno de Tengenenge. Há alguns anos, ele aceitou um convite para estudar arte em Londres e acabou deixando a terra natal. Por ironia, foi por causa da política racista do antigo governo rodesiano que Bloomfield decidiu, em primeiro lugar, dar uma guinada na vida: E assim a suave escultura negra ganhou vitalidade.