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Tecnologia

PlayStation 5 ou Xbox Series X: qual é o melhor?

Qual deles irá dominar a nova geração? O Series S, que custa a metade do preço, é uma boa? E o cloud gaming, que está chegando ao Brasil, vai extinguir os consoles? Nós passamos um mês testando exaustivamente as novas máquinas, mais de 30 jogos e o novo serviço xCloud - e temos todas as respostas.

por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 dez 2020, 15h17 - Publicado em 18 dez 2020 07h57

Texto: Bruno Garattoni | Ilustração: Rafael Eifler | Design: Juliana Krauss

O

PlayStation 2 era uma arma de guerra. Quando a Sony lançou o console no Japão, em março de 2000, ele foi um sucesso instantâneo: vendeu 500 mil unidades só no primeiro dia (e se tornou o videogame mais bem-sucedido de todos os tempos, com 155 milhões de unidades e 1,5 bilhão de jogos vendidos). Mas o governo japonês percebeu que o aparelho, capaz de executar 6,4 bilhões de operações por segundo, também poderia ser usado em sistemas de orientação de mísseis – e proibiu sua exportação para o Irã, o Iraque, a Líbia e a Coreia do Norte. Na época chegou a circular uma notícia, jamais comprovada, de que o ditador Saddam Hussein havia contrabandeado 4 mil consoles.

Vinte anos se passaram, Saddam está morto, e não há ninguém querendo usar os videogames da nova geração para fins militares. Mas eles, com boa parte do mundo trancada em casa por causa da pandemia, estão tendo a recepção mais quente de todos os tempos: a Sony vendeu todas as unidades do PlayStation 5 que colocou no mercado, no mundo inteiro, e a chegada dos Xbox Series X e Series S fez a internet ferver – na Inglaterra, seu lançamento aumentou o tráfego de toda a rede em 30%, superando 25 terabits por segundo, enquanto as pessoas baixavam games para os novos consoles da Microsoft.

Qual dos três é o melhor? Para descobrir, passamos um mês testando exaustivamente os novos consoles, mais de 30 jogos, e também o serviço Project xCloud, da Microsoft, que permite jogar direto no smartphone ou tablet.

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O Xbox Series X é o mais potente da nova geração, com chip gráfico capaz de executar 12 teraflops (trilhões de operações por segundo). O Play Station 5 fica um pouco atrás, com 10,88 teraflops. Mas essa diferença de 10%, na prática, não importa muito. Em quase todos os games multiplataforma que testamos, como Watch Dogs: Legion, Assassin’s Creed Valhalla, Dirt 5 e Call of Duty: Black Ops Cold War (leia mais sobre os jogos no quadro abaixo), as máquinas da Sony e da Microsoft tiveram desempenho equivalente, com gráficos essencialmente idênticos. Ambas possuem a tecnologia ray tracing, que usa física real para desenhar a iluminação e os reflexos das cenas na tela (a luz não é simulada, como antes), e deixa os jogos bem mais bonitos e realistas.

E ambas dispensam o disco rígido em favor de um solid state disk (SSD), que carrega os games muito mais rápido. A verdadeira diferença entre o Xbox Series X e o PS5 está nos games exclusivos de cada um. Nisso, a Sony saiu na frente: Spiderman: Miles Morales é, claramente, o jogo mais impressionante da nova geração até agora. Ele é o primeiro game da era moderna a abolir o malfadado “loading” – o SSD do PlayStation 5 reage instantaneamente, carregando o jogo e seus cenários em frações de segundo (inclusive quando você pula diretamente de um lado para o outro da cidade), e os gráficos também impressionam. A Nova York em que se passa o game é extremamente detalhada, com bem mais pessoas e coisas do que nos games da geração passada. As superfícies do cenário, como vitrines, carros e até poças d’água no chão, usam ray tracing para distribuir a luz, com resultados muito bonitos e envolventes. Ao jogar Miles Morales, fica claro que você tem em mãos um game da nova geração.

Esse também é o caso de Astro’s Playroom, que vem instalado de fábrica no PlayStation 5. Ele foi projetado para demonstrar os recursos do controle DualSense, que usa duas novas tecnologias: os gatilhos adaptáveis e a vibração háptica (veja quadro abaixo). O novo sistema de vibração é ultradetalhado, capaz de simular sensações como patinar no gelo, caminhar na areia, andar de metrô ou tomar chuva. É um efeito inédito – e bastante impressionante. Os gatilhos (botões que ficam na parte de trás do controle) também são interessantes, pois se alteram conforme o que você está fazendo no jogo: quando você vai pegar um objeto ou puxar uma corda, por exemplo, eles ficam mais duros. O DualSense também tem microfone e sensor de movimento (ambos usados, de forma bem inteligente, em Astro’s).

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Ele é uma clara vantagem do PlayStation 5 em relação ao Xbox, cujo controle é bem mais tradicional. Isso fica especialmente evidente no jogo de tiro Call of Duty: Black Ops Cold War, que explora muito bem os gatilhos adaptáveis do PS5: além de oferecer resistência, como o gatilho de uma arma real, eles mudam de “peso” de acordo com a arma que você está usando. NBA 2K11 também usa bem o novo recurso: o gatilho direito (R2), que é usado para correr, fica mais pesado ao decorrer da partida, conforme os atletas se cansam. Essas coisas realmente aumentam a imersão nos games – e não dá vontade de voltar a jogar com um controle comum.

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→ Clique na imagem para ampliar. (Rafael Eifler/Superinteressante)

Mas os jogos precisam usar os novos recursos, o que não é garantido – na geração passada, o touchpad do PlayStation 4 acabou sendo praticamente ignorado pelos desenvolvedores de jogos. Em Miles Morales e Watch Dogs: Legion, por exemplo, o sistema háptico e os gatilhos são pouco explorados. Em Assassin’s Creed, ignorados. E, no jogo de corrida Dirt 5, meio mal usados: por alguma razão, a vibração do DualSense nesse game é estranha (lembra uma escova de dentes elétrica). O Xbox, com seu controle tradicional, acaba simulando muito melhor os solavancos dos carros nas pistas off-road. Mas é uma exceção.

Em suma: o console da Sony leva vantagem no gamepad e nos jogos exclusivos, inclusive os que serão lançados nos próximos anos – The Last of Us, God of War e Horizon, as obras-primas que marcaram o PlayStation 4, terão continuações no PS5. A Microsoft responde com uma arma igualmente poderosa. Na verdade, três.

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Metade do preço – ou até menos

A primeira arma é o Xbox Series S, um console menos potente (4 teraflops), mas que custa quase a metade do Series X. Segundo a Microsoft, o Series S é capaz de rodar os jogos com todos os efeitos gráficos e uma única diferença: a resolução da imagem. O console mais poderoso executa os games em 4K, enquanto seu irmão menor trabalha em 1440p (2.560×1.440 pontos, uma resolução intermediária entre Full HD e 4K). Ele também vem com solid state disk (SSD) e tem ray tracing.

O grande porém do Series S está no tamanho do SSD, que tem apenas 364 gigabytes livres. Dá para conectar um HD externo, mas só para rodar games da geração passada. Os novos só funcionam direto do SSD (isso também vale para o outro Xbox e para o PlayStation 5). A Microsoft até vende um SSD adicional de 1 terabyte, mas ele custa R$ 2.299, quase o preço do próprio console. É caro, mesmo nos EUA, porque usa memória de altíssima velocidade, capaz de transferir 2,4 GB por segundo (os modelos mais comuns, para computador, geralmente ficam em 500 MB/s).

Ninguém vai comprar um Xbox Series S e depois turbiná-lo com o SSD externo, porque não faz sentido (com o mesmo dinheiro, daria para comprar um Series X). Se você tiver um Series S, vai ter que se virar com os 364 GB. E dá. Como o console trabalha numa resolução mais baixa, os games usam texturas menos detalhadas – e são menores. Gears 5, por exemplo, ocupa 72,4 gigabytes no Xbox Series X, mas 55 GB no irmão menor – e Dirt 5 também cai de 72 para 44 GB.

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→ Clique na imagem para ampliar. (Rafael Eifler/Superinteressante)

Nem sempre é assim: Watch Dogs e Assassin’s Creed têm praticamente o mesmo tamanho nos dois consoles. Mas não são tão pesados – têm 36,4 e 47 GB, respectivamente. E até Call of Duty, famoso pelo tamanho elefantino, é administrável: depois que você termina a história principal, pode desinstalá-la e ficar só com o modo multiplayer (e o game cai de 136 GB para 77 GB). O SSD é pequeno, mas dá para viver com ele.

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E os gráficos? Tem muita diferença para o Series X? Na maioria dos games, não. Gears 5, Assassin’s Creed e NBA 2K11 são praticamente idênticos nos dois consoles. Em Forza Horizon 4, a menor resolução do Series S faz com que algumas linhas curvas (como os contornos da pista e dos carros) sejam levemente serrilhadas. Esse efeito se chama aliasing, e também se manifesta em Watch Dogs. É bem perceptível, mas suportável, principalmente considerando que o Series S realmente consegue replicar os efeitos gráficos do irmão maior. Até o ray tracing é geralmente igual (uma exceção é Call of Duty, que não possui essa tecnologia no Series S).

Vai continuar assim? Nos próximos anos, os games vão evoluir e exigir mais poder de processamento. É possível que, em algum momento, o Series S comece a sofrer para acompanhar, obrigando o console a abrir mão de alguns elementos gráficos. O game Dirt 5, que esbanja efeitos visuais, dá um sinal disso. O Series S engasga de vez em quando com esse jogo. Dá para resolver colocando o game no modo “performance”, que garante a fluidez das animações – às custas de reduzir a resolução dos carros e desativar efeitos gráficos. Mas quem compra um Series S tem outra prioridade: quer é poder rodar os jogos da nova geração, e isso ele entrega bem.

A segunda arma da Microsoft é o serviço Xbox Game Pass, que custa R$ 30 a R$ 45 por mês e dá acesso a mais de 300 games – incluindo 84 da produtora Electronic Arts, como as séries Fifa, Star Wars e Battlefield. O Game Pass recebe novos títulos todo mês, e realmente transforma a sua relação com o videogame. Se o PS5 propõe uma experiência cinematográfica, o Game Pass é como ter um Netflix de jogos – que pode ser tão ou mais atraente. Ele provavelmente dá prejuízo para a Microsoft. Mas é uma despesa que a empresa está disposta a encarar para confrontar a Sony.

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Isso também vale para sua terceira arma: o serviço xCloud, que já foi lançado nos EUA (e está em testes, para convidados, no Brasil). Ele faz parte do Game Pass, e permite rodar dezenas de games do Xbox em qualquer smartphone ou tablet Android, diretamente da “nuvem”, sem precisar de console: basta ter internet com pelo menos 10 Mbps de velocidade. Nós testamos via conexão 4,5G e residencial de 240 Mbps, ambas da operadora Claro. Com exceção do jogo Forza Horizon 4, que sempre engasgava, a performance foi excelente: os games abriram rápido, a qualidade de imagem era boa e o controle respondeu bem (usamos um de Xbox, via Bluetooth). Em horários de pico, tivemos de esperar 1 a 5 minutos numa fila virtual até acessar o serviço.

Usar o xCloud não é tão bom quanto jogar em um console de verdade, na TV, mas não importa: porque ele é muito mais barato. A tecnologia de cloud gaming é revolucionária, e deve fazer com os jogos a mesma coisa que o MP3 fez com a música. Isso deverá acontecer assim que ela puder ser usada em televisões (não só no celular ou tablet). Já é o caso do serviço Stadia, do Google, mas ele roda poucos games – e não está disponível no Brasil. A Microsoft sinalizou que pode dar o próximo passo, levando o xCloud para as smart TVs, em 2021.

Mas os games via nuvem ainda precisam superar um obstáculo. Nos outros serviços online (email, busca, mapas, vídeo etc.), cada servidor pode tranquilamente atender 50, 100, 200, 500 usuários. Com os games, não é assim – segundo o site The Verge, que cita fontes internas da Microsoft, cada máquina xCloud só suporta quatro usuários simultâneos. Ou seja: os jogos na nuvem exigem data centers muito maiores e mais caros – que, com as tecnologias atuais, talvez ainda sejam economicamente inviáveis. Mas essas coisas mudam. Antes do lançamento do Gmail, os serviços de email ofereciam pouquíssimos megabytes, e cobravam de quem quisesse mais. Hoje, ninguém nem se preocupa com isso.

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Os consoles continuarão existindo por um bom tempo. A nova geração já é um sucesso. Haverá outra, lá por 2027? É provável. Mas o PlayStation 6 e o Xbox equivalente poderão ser produtos de nicho, para quem exige o máximo de qualidade e aceita pagar por isso – como hoje, em plena era do streaming, acontece com os discos de vinil.

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→ Clique na imagem para ampliar. (Juliana Krauss/Superinteressante)
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Testamos todos os jogos. Eis os melhores

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(Sony/Reprodução)

SPIDERMAN: MILES MORALES (PS5)
Um salto tecnológico que deixa clara a potência do novo console da Sony. Se passa em uma Nova York cheia de vida, com alto nível de detalhes e qualidade gráfica arrebatadora (e amplo uso de ray tracing). Podia ser mais longo: tem apenas 10h de gameplay. Nota: 9.

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(Sony/Reprodução)

ASTRO’S PLAYROOM (PS5)
Vem instalado no PS5, e foi projetado para demonstrar as novas tecnologias do DualSense, como o sistema háptico (veja quadro acima). O resultado é brilhante: divertido e inteligente, o game lembra os momentos mais inspirados da Nintendo. E vai além. Nota: 9.

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(Sony/Reprodução)

SACKBOY: A BIG ADVENTURE (PS5)
Um platformer (jogo de pulo, como Mario) muito bonito, com cenários cheios de surpresas. Explora bem os recursos exclusivos do controle DualSense, mas não tanto quanto Astro’s. Para jogar sozinho ou em até quatro pessoas (localmente ou online). Nota: 9.

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(FromSoftware/Reprodução)

DEMON’S SOULS (PS5)
Game de espada com visual impressionante: os inimigos são gigantescos, chegando a não caber na tela. Único lançamento da Sony 100% exclusivo do PS5 (não tem versão para PS4). É bem difícil, o que pode frustrar/afastar parte do público. Nota: 8.

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(Ubisoft/Reprodução)


WATCH DOGS: LEGION (PS5 e XBOX SERIES X/S)
A polícia foi privatizada, o governo caça imigrantes, a mídia é corrupta e a sociedade é ultravigiada. Eis a premissa deste game, que se passa na Londres do futuro. Os cenários usam bastante ray tracing e são bem bonitos, especialmente à noite. Tem missões intrincadas, que exigem raciocínio, e uma inovação interessante: você pode jogar como qualquer habitante da cidade. Nota: 9.

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(Codemasters/Divulgação)

DIRT 5 (PS5 e XBOX SERIES X/S)
Jogo de corrida off-road cheio de efeitos gráficos e detalhes nos cenários – o chão de terra, areia ou neve tem relevo e textura tridimensionais (ele não é “chapado”, como nos outros games do gênero). Responde melhor ao controle do Xbox do que o do PS5. Nota: 8.

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(Ubisoft/Divulgação)

ASSASSIN’S CREED: VALHALLA (PS5 e XBOX SERIES X/S)
Você é um viking, e faz coisas de viking: guerreia, conquista, saqueia, etc. Agora, no ano 873, se prepara para dar seu maior salto e invadir os reinos anglo-saxônicos. O jogo não tem grandes avanços tecnológicos, mas a história e as missões valem a pena. Nota: 8.

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(Turn 10 Studios/Divulgação)

FORZA HORIZON 4 (XBOX SERIES X/S)
O melhor game de corrida da última geração ganhou uma ótima atualização: agora ele roda a 60 fps (inclusive no Xbox Series S), e carrega muito mais rápido graças ao SSD – as telas de loading, que eram um suplício, foram drasticamente reduzidas. Nota: 9.

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(Activision/Divulgação)

CALL OF DUTY: BLACK OPS COLD WAR (PS5 e XBOX SERIES X/S)
Um shooter divertido e conservador – inclusive nos gráficos, que não parecem de próxima geração (com exceção de uma fase, que se passa na sede da KGB e usa o ray tracing de forma brilhante). É melhor no PS5, pois explora bem os gatilhos adaptáveis do controle. Nota: 7.

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(2K Sports/Reprodução)

NBA 2K21 (PS5 e XBOX SERIES X/S)
Uau. Em alguns momentos, parece que você está vendo um jogo de basquete pela televisão. O visual é incrível e cheio de coisas: entre jogadores, juízes, jornalistas, vendedores e torcedores, são mais de 150 elementos simultâneos na tela. Bem que podiam lançar um game de futebol com gráficos assim. A versão para PS5 é um pouco melhor que a do Series X: a quadra e os jogadores são mais detalhados, e a iluminação é mais realista. Nota: 8.

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(CD Projekt Red/Reprodução)

CYBERPUNK 2077 (PS5 e XBOX SERIES X/S)
O melhor game de “mundo aberto” já lançado, com visão em primeira pessoa, cenários incríveis, enredo denso e interativo: as respostas que você dá realmente alteram o curso da história. O Xbox Series X leva vantagem sobre o PS5, pois permite jogar no modo “qualidade”, a 30 fps e com o máximo de efeitos gráficos, ou no modo “performance”, a 60 fps (já o console da Sony só tem o modo “performance”). O Series S também roda bem o jogo – que, infelizmente, apresenta problemas sérios nos consoles da geração passada.
Nota: 9

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Prós e contras dos 120 fps - e a verdade sobre o 8K

Os novos consoles são capazes de gerar imagens a até 120 fps (quadros por segundo), o que deixa mais fluidos os movimentos dos games. Mas esse modo ultrarrápido está disponível em poucos jogos: os principais, até agora, são Dirt 5, Gears 5 e Call of Duty: Cold War. O modo 120 fps dificilmente se tornará universal, pois consome muito poder de processamento. Ele força o videogame a reduzir a qualidade gráfica do jogo, para compensar isso – e a imagem fica com texturas menos detalhadas, efeitos de luz menos sofisticados, menos elementos na tela. Ou seja: acaba sendo melhor jogar no modo “normal”, a 30 ou 60 fps.

Além disso, a maioria das TVs não é compatível com o modo ultraveloz. Ele exige que a TV tenha entrada HDMI 2.1 e suporte 120 Hz reais (sem truques de interpolação). Nem todas as televisões, mesmo as novas, atendem a essas exigências. A Sony recomenda seu modelo X905H, de R$ 9 mil. A Samsung indica as QLED Q70T, Q80T e Q95T, a partir de R$ 4.000. Já a LG sugere os modelos das séries Nano 86 e Nano 90 (a partir de R$ 4.000), e as OLED CX e GX.

Tanto o Xbox Series X quanto o PlayStation 5 são capazes de gerar imagens na resolução 8K, mas ela ainda não foi habilitada em nenhum jogo. O problema é que essa resolução contém quatro vezes mais pixels do que a 4K – e gerá-los todos também “come” muito do processamento gráfico disponível na GPU. Quando (e se) o 8K for habilitado nos novos consoles, causará uma queda de desempenho gráfico similar à do modo 120 fps – ou até maior. Mesmo com todo o poder das novas máquinas, o 8K ainda é mais um elemento de marketing do que uma possibilidade real, que faça sentido para a maioria das pessoas.

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