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Jogos pandêmicos: os bastidores da Olimpíada de Tóquio

Atualizado em 16 jul 2021, 15h59 - Publicado em
13 jul 2021
12h18

Às vésperas de receber a Olimpíada, o Japão apresenta um baixo índice de imunização e convive com protestos pedindo o cancelamento dos Jogos. Pior: 20% dos atletas provavelmente competirão sem vacina, simplesmente por não serem obrigados  a tomar. Veja os bastidores dos Jogos mais polêmicos da história.

Texto Maria Clara Rossini e Rafael Battaglia Popp Ilustração Leonardo Yorka Design Carlos Eduardo Hara e Natalia Sayuri Lara Edição Alexandre Versignassi

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óquio, 2019. Faltam 147 dias para a Olimpíada de 2020 e, numa das ruas da capital do Japão, há uma placa fixada pelo governo que diz: “Com o apoio de todos, vamos tornar esse evento um sucesso”. Logo embaixo, uma pichação pede o cancelamento dos Jogos.

Essa cena é de Akira, um dos animes mais populares de todos os tempos. Esse clássico dos desenhos animados japoneses foi lançado em 1988, quando ninguém fazia ideia que Tóquio sediaria mesmo a Olimpíada de 2020, muito menos que haveria resistência à  realização dos Jogos.

Pouco mais de um mês antes da cerimônia de abertura, que acontece em 23 de julho, 10 mil voluntários desistiram de trabalhar na Olimpíada. Não é o bastante para minguar os Jogos (ainda há outros 70 mil), mas já diz muito sobre o clima por lá.

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O país, vale lembrar, é pé-frio nessa área. A primeira vez que Tóquio ganhou o direito de sediar o evento foi para a edição de 1940. Aí veio a Segunda Guerra e melou tudo. No ano passado, a pandemia adiou os Jogos de 2020 para 2021.

Todo mundo imaginava que, a essa altura, já estaria tudo bem. Mas não. Um levantamento feito em maio pelo jornal Asahi Shimbun mostrou que 83% dos japoneses não queriam os Jogos.

Você poderia pensar: “Ah, mas já tem futebol com público na Europa. Fórmula-1 de arquibancada cheia… Por que tanta frescura?” Porque os índices de vacinação por lá não são exatamente invejáveis. Na primeira semana de julho, eles estavam com apenas 14% da população totalmente imunizada.

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Se organizar a Copa América por aqui já foi um problema, imagine um evento com 15 mil atletas de 206 nações aglomerados na capital de um país que, apesar de rico e disciplinado, foi leniente com a vacinação. Não, não é algo trivial. Nas próximas páginas, os bastidores dos Jogos mais polêmicos de todos os tempos.

Nos últimos meses, japoneses foram às ruas protestar contra a Olimpíada.
Nos últimos meses, japoneses foram às ruas protestar contra a Olimpíada. (Leonardo Yorka/Superinteressante)
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Do lado de lá

O Japão se destacou pelas baixas taxas de morte por Covid. Foram quase 15 mil até agora. O país tem 60% da população do Brasil, mas apenas 3% do total de mortes daqui.

Não houve lockdown. Os estabelecimentos comerciais foram orientados (e não obrigados) a fechar em momentos críticos da pandemia. O que o governo fez de fato foi instruir a população a não sair de casa durante as fases mais agudas da pandemia.

A estratégia de contenção por lá foi baseada em evitar espaços fechados, lotados e contato próximo. Como no resto do mundo, as pessoas têm utilizado máscaras. Além disso, moradores de 159 países estão proibidos de entrar no Japão (Brasil incluído).

Com tudo aparentemente sob controle, o país parecia ser o lugar ideal para abrigar os Jogos em meio à pandemia. Só que não.

O calcanhar de Aquiles japonês no combate à Covid apareceu em 2021: a falta de imunizantes e a demora em aprová-los. A primeira vacina a ganhar “ok” por lá foi a da Pfizer, em fevereiro – quando a vacinação no Brasil já tinha começado. Para piorar, um relatório do Imperial College de Londres mostrou que 53% da população japonesa não confia nas vacinas (1).

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O país exigiu testes domésticos em paralelo aos ensaios clínicos que as farmacêuticas conduziram mundialmente. A Pfizer precisou testar a vacina em 160 japoneses, mesmo já tendo estudado a reação de 44 mil voluntários à sua vacina em outras partes do mundo. Daí o atraso na aprovação.

A desconfiança do Japão com imunizantes não é de hoje. Nos anos 1990, a vacina tríplice viral foi relacionada a casos de meningite, sem evidências sólidas. Mesmo assim, o governo japonês deixou de recomendar a dose. Em 1992, uma decisão judicial definiu que o governo seria responsável por quaisquer efeitos colaterais de vacinas aprovadas. A partir daí, o número de vacinas obrigatórias no calendário de imunização foi reduzido. Em 2013, o governo deixou de recomendar a vacina para o HPV. O índice de vacinação contra a doença caiu de 70% para 1%.

Em número de mortes, o Japão pode estar bem em comparação com países como o Brasil, mas vai mal quando levamos em conta seus vizinhos do Pacífico. O país tem 116 mortes por Covid-19 para cada milhão de habitantes. A Coreia do Sul tem 39; a Nova Zelândia, 5.

Cientistas do Japão têm alertado que a realização da Olimpíada pode não só agravar a pandemia no país, mas também gerar novas cepas – dada a mistura de tanta gente, de tantas origens, lá dentro.

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Gráfico com a quantidade diária de novos casos. Até o início de julho, o país havia acumulado 800 mil casos e 14,8 mil mortes. A pandemia se dividiu em quatro ondas, sendo as duas últimas bem mais graves que as primeiras. Dados atualizados no dia 5 de julho.
Gráfico com a quantidade diária de novos casos. Até o início de julho, o país havia acumulado 800 mil casos e 14,8 mil mortes. A pandemia se dividiu em quatro ondas, sendo as duas últimas bem mais graves que as primeiras. Dados atualizados no dia 5 de julho. (Carlos Eduardo Hara/Maria Clara Rossini/Superinteressante)
Número de doses aplicadas por dia no Japão. No final de maio, o país tinha menos de 3% da população totalmente vacinada. No início de julho, eram 14,5% (o país alavancou a vacinação em Tóquio e Osaka) – no mesmo período, o Brasil avançou de 10% para apenas 13%. Dados atualizados no dia 5 de julho.
Número de doses aplicadas por dia no Japão. No final de maio, o país tinha menos de 3% da população totalmente vacinada. No início de julho, eram 14,5% (o país alavancou a vacinação em Tóquio e Osaka) – no mesmo período, o Brasil avançou de 10% para apenas 13%. Dados atualizados no dia 5 de julho. (Carlos Eduardo Hara/Maria Clara Rossini/Superinteressante)
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As precauções

Os oficiais do COI defendem que os Jogos podem ser conduzidos de forma segura levando em conta outros eventos esportivos de grande porte que ocorreram na pandemia. A ideia é criar uma espécie de bolha, a exemplo do que foi feito na NBA, a liga de basquete dos EUA. Em julho de 2020, 1,4 mil pessoas isolaram-se em um complexo de hotéis e arenas da Disney, na Flórida, com testes diários e circulação controlada. Deu certo: nenhum caso de Covid-19 foi detectado.

O problema é que, em Tóquio, a escala é outra. Serão ao menos 15 mil atletas (entre os olímpicos e paralímpicos) de mais de 200 países e territórios, além de milhares de voluntários, membros das delegações, patrocinadores e equipes de imprensa. Enquanto a maioria dos atletas dorme na Vila Olímpica (veja o infográfico abaixo), o resto fica em hotéis credenciados ou em bases de treinamento fora do complexo. Além disso, eles ainda precisam se deslocar para 41 locais de competição dentro e fora da metrópole. Desse jeito, o esquema fica tão frágil quanto uma bolha de sabão.

O COI depende muito mais da colaboração dos participantes em seguir as regras do Playbook, uma espécie de manual de instruções para a Olimpíada pandêmica. Ao chegar ao aeroporto, eles devem ativar o GPS do celular e baixar dois aplicativos: um para monitorar sintomas e outro de rastreamento. Não será permitido fazer turismo no país: os atletas eliminados (ou vitoriosos) devem pegar o voo de volta até 48h após sua competição.

Para entrar no país, os participantes devem apresentar três testes negativos – dois antes de embarcar e um ao chegar ao Japão, feito no aeroporto. Os atletas e outros credenciados ainda farão testes periódicos de antígeno coletados pela saliva ao longo do evento. Se o teste der positivo ou inconclusivo, ele é direcionado para um centro médico para fazer RT-PCR, padrão-ouro para o diagnóstico da doença.

Se o PCR der positivo, a coisa complica – principalmente se for um atleta. A pessoa será transferida para um quarto de hotel (ou hospital, dependendo da gravidade) para fazer a quarentena de 14 dias. Se a competição do atleta for durante aquele período, paciência.

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Para diminuir o risco esportivo, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) está tomando medidas extras. Nos esportes em grupo, os atletas que forem essenciais para o time devem ficar em quartos separados. É o caso dos dois levantadores da equipe de vôlei – se os dois pegarem Covid, não há como o time jogar de forma competitiva. Também haverá um esforço para que atletas de esportes individuais fiquem sozinhos em seus quartos, principalmente se forem os únicos brasileiros da modalidade.

“Vamos ter casos de Covid-19. São 700 pessoas da delegação brasileira indo para Tóquio. Uma ou outra vai testar positivo. Só tomara que não seja atleta”, diz Ana Carolina Côrte, coordenadora médica do COB. Em condições normais, seriam 850 pessoas viajando, entre costureiros, cozinheiros e outros profissionais. A única equipe que aumentou foi a de saúde: além de Côrte, outros 15 médicos estão indo para o Japão. Já o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que embarca em agosto, é mais enxuto: 400 pessoas, entre atletas, guias e membros da comissão.

O Brasil terá oito bases de treinamento e aclimatação fora da Vila Olímpica. Em geral, colégios adaptados. As delegações devem chegar antes da abertura da Vila para se acostumar ao fuso horário. São nessas bases que os atletas mais devem treinar – e se alimentar, já que elas servem comida brasileira, o que não acontece na Vila.

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Até o começo de julho, a orientação era que os estádios e quadras das competições operassem com 50% da capacidade, sem exceder o número de 10 mil pessoas presentes. Nesse cenário, a cerimônia de abertura, realizada no Estádio Olímpico, que possui 68 mil assentos, seria bem diferente – e mal atingiria 15% de capacidade. Para completar, o público (bem como técnicos e atletas) seriam instruídos a não gritar ou cantar nas competições. Torcer, só batendo palmas.

Mas tudo mudou no último dia 8, quando Tamayo Marukawa, ministra das Olimpíadas, anunciou que, devido a um aumento de casos de Covid-19, os Jogos vão acontecer sem espectadores. Tóquio, inclusive, estará em estado de emergência durante a competição.

Para além da ausência de público, a medida mais importante até agora, de qualquer forma, vem de uma parceria do COI com a Pfizer, que garantiu doses para todas as delegações nacionais que participarão da Olimpíada.

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O problema: a vacinação é apenas recomendada, não obrigatória – e grandes comitês olímpicos, como os do Brasil e dos EUA, seguiram nessa linha. Só tem um detalhe. Nos EUA, 18% da população declara que não vai se vacinar de jeito nenhum (por ignorância, basicamente). A proporção entre os atletas talvez seja a mesma.

O próprio COI prevê que 80% das pessoas que passarem pela Vila Olímpica estarão imunizadas. A taxa é a mesma para os profissionais de imprensa que vão trabalhar por lá. Uma pena: pela estatística bruta, dois dos dez atletas da final dos 100 metros rasos, evento mais importante dos Jogos, não estarão vacinados, e por escolha própria. Chega a ser incompreensível.

No Brasil, o índice de ignorância é, felizmente, mais baixo. 93% da população afirma que quer se vacinar. E o COB projeta que o índice de membros da delegação imunizados será parecido (95%). Ainda assim, qualquer proporção abaixo de 100% é polêmica. A ideia de que simplesmente existam atletas que se recusam a tomar vacina já é assustadora por si só. 

Clique na imagem para abrir o infográfico.
Clique na imagem para abrir o infográfico. (Leonardo Yorka/Superinteressante)
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Efeito cascata

Se a pandemia vai alterar tanto a dinâmica dos Jogos, não seria mais fácil, então, adiar o evento de novo, para 2022? Ou, ainda, postergar todo o calendário olímpico (com Tóquio em 2024, Los Angeles em 2028 etc.)?

Ao pé da letra, “olimpíada” (sem o “s”) significa o intervalo de quatro anos entre dois Jogos Olímpicos. Parece bobo, mas é a partir desses ciclos que boa parte das modalidades esportivas montam os seus calendários. “Encurtar muito o tempo entre Olimpíadas [remanejando os Jogos para 2022] poderia gerar um efeito cascata no cronograma de diversos campeonatos nacionais e mundiais”, diz Leandro Mazzei, professor de Ciências do Esporte na Unicamp. “A preparação dos atletas, para que eles atinjam máxima performance nas competições, também é planejada de acordo com esses ciclos.”

A bagunça atual no calendário já afeta diversos atletas. “Tivemos pouquíssimas competições mundiais no último ano, então vamos para Tóquio sem conhecer muito bem nossos adversários”, diz Alberto Martins, diretor técnico do CPB. Desde o começo da pandemia, muitos esportistas tiveram que lidar, ainda, com a perda de patrocínio e atrasos na Bolsa Atleta, mantida pelo governo federal.

“Ainda é difícil dizer, mas, a longo prazo, uma geração inteira de atletas pode ter sido afetada pela pandemia”, reforça Mazzei. “Basta pensar nos jovens que, na hora de decidir se levariam a carreira no esporte a sério, perderam os incentivos necessários para treinar ou competir.”

É provável que o desempenho dos atletas seja atípico também. Menos recordes quebrados, e mais surpresas no pódio. Segundo Mazzei, atletas promissores podem não ter performances tão boas, dependendo de como seus países lidaram com a pandemia e de como os treinos foram afetados. “A expectativa é que Tóquio 2020 seja um ponto fora da curva”, diz o professor.

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Estreante nos Jogos, o Skate é dividido em duas modalidades: street e park. Em cada uma delas, 20 atletas competem na etapa preliminar e oito avançam para a final. O Brasil levará 12 (três mulheres e três homens para cada modalidade). Destaques: Pedro Barros (park) e Kelvin Hoefler, Pâmela Rosa, Letícia Bufoni e Rayssa Leal (street).
Estreante nos Jogos, o Skate é dividido em duas modalidades: street e park. Em cada uma delas, 20 atletas competem na etapa preliminar e oito avançam para a final. O Brasil levará 12 (três mulheres e três homens para cada modalidade). Destaques: Pedro Barros (park) e Kelvin Hoefler, Pâmela Rosa, Letícia Bufoni e Rayssa Leal (street). (Leonardo Yorka/Superinteressante)

Dentro da parte exclusivamente esportiva, as perspectivas para o Brasil estão em linha com o nosso histórico recente. Uma estimativa feita pelo instituto americano Gracenote prevê cinco medalhas de ouro, cinco de prata e dez de bronze para o Brasil – total de 20, contra 19 em 2016 e 17 em 2012.

A maior esperança está nos esportes estreantes. Das 20 medalhas previstas para o Brasil, quatro estão no skate, duas no surfe e uma no caratê. Além desses, Tóquio 2020 ainda vai inaugurar beisebol, softball e escalada, mas o Brasil não enviará representantes para essas modalidades.

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Outra modalidade estreante. 40 surfistas (20 homens e 20 mulheres) competirão em baterias de 30 minutos, avaliadas por cinco juízes. O Brasil é um dos seis países que levarão uma delegação completa, com quatro atletas: Gabriel Medina (bicampeão mundial), Ítalo Ferreira, Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb.
Outra modalidade estreante. 40 surfistas (20 homens e 20 mulheres) competirão em baterias de 30 minutos, avaliadas por cinco juízes. O Brasil é um dos seis países que levarão uma delegação completa, com quatro atletas: Gabriel Medina (bicampeão mundial), Ítalo Ferreira, Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb. (Leonardo Yorka/Superinteressante)

Mas e aí? Vale mesmo termos Olimpíada neste ano? Por alguns aspectos, não; por outros, sim, como buscamos mostrar aqui. Para os adeptos do “sim”, fica uma história: em 1920, os Jogos aconteceram em Antuérpia, na Bélgica. O mundo ainda sofria com resquícios da gripe espanhola (50 milhões de mortos) e, mais ainda, da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Os Jogos, então, serviram como um aceno aos novos tempos que estavam por vir. Foi lá, inclusive, que o Brasil estreou na competição.

Se os Jogos de 2021 se mostrarem seguros, e marcarem um momento em que a vacinação acelera em boa parte do mundo, Tóquio pode seguir pelo mesmo caminho da Antuérpia e marcar um recomeço. É para isso que os Jogos sempre serviram, afinal: mostrar que, mesmo com crises, pandemias, guerras, a chama daquilo que nos faz humanos nunca se apaga.

Agradecimentos Ana Carolina Côrte, coordenadora médica do COB; Alberto Martins, diretor técnico do CPB; Leandro Mazzei, professor de Ciências do Esporte na Unicamp; e Vanessa Tamura, brasileira que mora há 15 anos no Japão.

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