Drummond, Neruda, Shakespeare… Uma seleção de mestres dos versos, elaborada por um time de especialistas.
Texto: Diego Bargas | Edição de Arte: Thales Molina | Design: Andy Faria | Ilustrações: Wildner Lima
10 • EMILY DICKINSON
Estados Unidos • (1830-1886)
Principal obra • Compilações de poemas (publicação póstuma)
Emily teve a típica vida da mulher do século 19. Praticamente isolada do mundo, usou a literatura para se expressar, escrevendo em segredo sobre seu cotidiano, o amor e a natureza. Criou suas próprias regras de sintaxe, fugindo dos formatos convencionais. Seus mais de 1.700 poemas só foram descobertos por sua família após sua morte.
9 • PABLO NERUDA
Chile • (1904-1973)
Principais obras • Crepusculário (1923), Cem Sonetos de Amor (1951) e o poema “Canto Geral do Chile” (1950)
A carreira como poeta se misturou com sua vida como diplomata e político. Engajado, exaltou as belezas da América Latina e suas questões sociais, mas também teve reconhecimento ao escrever sobre o amor. Em 1971, recebeu o Nobel de Literatura e se consagrou um dos maiores poetas do século 20.
8 • LUÍS DE CAMÕES
Portugal • (1524-1580)
Principal obra • Os Lusíadas (1572)
Tombou todo mundo com sua obra-prima sobre as grandes navegações de Vasco da Gama, uma epopeia (poema extenso que narra grandes ações) dividida em dez cantos (método de divisão de poemas longos) com mais de mil estrofes e 8 mil versos. Misturou aventura, mitologia, amor e morte e é referência até hoje.
7 • CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Brasil • (1902-1987)
Principais obras • Sentimento do Mundo (1940), Rosa do Povo (1945) e Claro Enigma (1951)
Esse modernista brilhou em versos livres, sem se prender a rimas e métricas, com um uso ao mesmo tempo sofisticado e popular da língua portuguesa. Escreveu sobre o cotidiano e a identidade nacional, mas foi além: nos seus mais de 30 anos de carreira, produziu poemas reflexivos, densos, melancólicos e existencialistas.
6 • HOMERO
Grécia • (cerca de 900 a.C.)
Principais obras • Ilíada e Odisseia
Há divergências até sobre se ele existiu de fato. Mas ainda assim é considerado o primeiro poeta da história, por ter registrado histórias até então contadas apenas oralmente. Seus poemas registraram a Guerra de Troia e foram essenciais no desenvolvimento da Grécia antiga, que acabou se tornando a base de toda a cultura ocidental.
5 • CHARLES BAUDELAIRE
França • (1821-1867)
Principal obra • Flores do Mal (1857)
Foi um dos precursores do simbolismo, um movimento literário do final do século 19 que rompeu com o romantismo que se fazia na época e iniciou uma busca por temáticas imaginativas e abstratas. Baudelaire era um boêmio de carteirinha – durante anos, sua obra foi proibida por ser considerada ultrajante e amoral.
4 • DANTE ALIGHIERI
Itália • (1265-1321)
Principal obra • A Divina Comédia (1304)
Seu épico sobre sua viagem ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso em busca de sua amada, Beatriz, é considerado uma obra-prima da literatura universal. Por incrível que pareça, até então poemas não costumavam abordar o amor. Ele também rompeu na forma: não escreveu em latim, e sim num dialeto semelhante ao italiano atual, acessível ao público leigo.
3 • WALT WHITMAN
Estados Unidos • (1819-1892)
Principal obra • Folhas de Relva (1855)
Considerado o pai do verso livre (sem restrições métricas), Whitman publicou Relva com apenas 12 poemas e passou a vida reeditando a obra (considerada obscena, na época, por abordar o amor jovem e o desejo). A cada revisão, ele praticamente criava um livro novo. Na última versão, em 1892, a coletânea já contava com mais de 200 poemas.
2 • FERNANDO PESSOA
Portugal • (1888-1935)
Principal obra • Mensagem (1934)
Trabalhou como jornalista e tradutor e foi um dos autores a levar a Portugal o modernismo literário, movimento que valorizou a experimentação e a cultura nacional. Seu grande êxito foi explorar heterônimos – personagens fictícios com os quais assinava obras e que lhe permitiam explorar outros temperamentos e estilos ao escrever.
1 • WILlIAM SHAKESPEARE
Inglaterra • (1564-1616)
Principais obras • Sonetos (1609), Romeu e Julieta (1595) e Hamlet (1601)
Muitos críticos literários dizem que “o Bardo” fez as mais belas combinações de palavras já escritas. Assinou poemas como “Vênus e Adônis” e “O Estupro de Lucrécia”, mas ficou famoso mesmo com suas peças de teatro. Nelas, também havia poesia, não só na linguagem mas também na estrutura entre os diálogos.
CONSULTORIA
Marcelo Ferraz de Paula, professor de letras da Universidade Federal de Goiás, Sandra Guardini Teixeira Vasconcelos, professora de literatura inglesa e comparada da USP, Jamesson Buarque, escritor e professor de teoria do poema, leitura e ensino de poesia da Universidade Federal de Goiás, Antonio Carlos Secchin, escritor, crítico literário e membro da Academia Brasileira de Letras, Antonio Torres, membro da Academia Brasileira de Letras, Mayumi Ilari, professora de literatura da língua inglesa da USP, e Davi Novaes, graduando de letras da USP FONTES Sites The New York Times, The Huffington Post, Poetry Soup, Rankers, Online Literature, InfoEscola, TopTenThingz, UOL Educação e Portal da Literatura.