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Safed, a cidade sagrada da cabala

Para os cabalistas, não há lugar mais especial do que Safed, em Israel. Foi ali que um grupo de sábios decidiu se estabelecer no século 16, após a expulsão dos judeus da Espanha durante a Inquisição.

Texto: Cláudia Proushan | Edição de Arte: Alessandra Kalko | Design: Andy Faria

Hoje, a cabala é celebrada em festas e rituais que lembram os mestres do misticismo judaico.

<strong>1) Vista das montanhas da Alta Galileia, no norte de Israel, onde fica a cidade de Safed; 2) Nas estradas, as placas têm indicações em hebraico, árabe e inglês.</strong>
1) Vista das montanhas da Alta Galileia, no norte de Israel, onde fica a cidade de Safed; 2) Nas estradas, as placas têm indicações em hebraico, árabe e inglês. (Cláudia Proushan/Superinteressante)

A história da cabala está presente em cada canto.

A história da cabala está presente nas sinagogas, nas ruas e nas festas da região. Para quem chega à cidade, a primeira surpresa é descobrir que ela tem vários nomes: Safed, Zefat e Tzfat são apenas alguns deles. A segunda é perceber que, num lugar tão pequeno, convivem lado a lado cristãos, árabes, muçulmanos e judeus.

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Em Safed, uma das 4 cidades sagradas de Israel (as outras são Jerusalém, Hebron e Tibérias), você respira história: cada pedra no caminho conta a trajetória dos sábios judeus que se refugiaram na cidade no século 16, transformando-a na capital mundial da cabala.

<strong>O corredor leva até a Sinagoga Abuhav, que tem um manuscrito da Torá datado da Idade Média.</strong>
O corredor leva até a Sinagoga Abuhav, que tem um manuscrito da Torá datado da Idade Média. (Cláudia Proushan/Superinteressante)
<strong>Adeptos da cabala se reúnem para homenagear o rabino Shimon bar Yochai na festa Lag Baomer.</strong>
Adeptos da cabala se reúnem para homenagear o rabino Shimon bar Yochai na festa Lag Baomer. (Cláudia Proushan/Superinteressante)

Um programa obrigatório é ir até o Cemitério de Sefat e visitar o túmulo de Isaac Luria, o mestre cabalista que renovou o misticismo judeu. Também é fundamental conhecer as duas sinagogas dedicadas a Luria: Ari Ashkenazi, no centro velho, e Sepharadic, ao lado do cemitério.

Por fim, vale a pena subir o monte Meron, onde foi enterrado o rabino Shimon bar Yochai, sábio do século 2 a quem é atribuída a autoria do Zohar, obra mais importante da cabala. Lá acontece uma vez por ano, em maio, a festa de Lag Baomer: milhares de pessoas cantam e dançam para celebrar o aniversário da morte do mestre.

<strong>1) Grupos de cabalistas e curiosos seguem a pé em direção à sinagoga de Shimon bar Yochai, no monte Meron, onde acontece a festa de Lag Baomer; durante o trajeto, uma Torá centenária é passada de mão em mão; 2) É fácil encontrar antigos moradores da cidade israelense vagando pelas ruas, geralmente a caminho de alguma sinagoga.<br /></strong>
1) Grupos de cabalistas e curiosos seguem a pé em direção à sinagoga de Shimon bar Yochai, no monte Meron, onde acontece a festa de Lag Baomer; durante o trajeto, uma Torá centenária é passada de mão em mão; 2) É fácil encontrar antigos moradores da cidade israelense vagando pelas ruas, geralmente a caminho de alguma sinagoga.
(Cláudia Proushan/Superinteressante)

Beleza e tradição

<strong>1) A bela arca é uma das atrações da Sinagoga Ari Ashkenazi; 2) Na sinagoga, construída no século 16, também chama a atenção o teto, com pinturas que remetem à Árvore da Vida.</strong>
1) A bela arca é uma das atrações da Sinagoga Ari Ashkenazi; 2) Na sinagoga, construída no século 16, também chama a atenção o teto, com pinturas que remetem à Árvore da Vida. (Cláudia Proushan/Superinteressante)
<strong>Portas típicas de Safed, com dizeres e símbolos referentes ao judaísmo.</strong>
Portas típicas de Safed, com dizeres e símbolos referentes ao judaísmo. (Cláudia Proushan/Superinteressante)
<strong>1) Moças passeiam nas ruelas de Safed; 2) Candelabro com 9 pontas, comum na cidade.</strong>
1) Moças passeiam nas ruelas de Safed; 2) Candelabro com 9 pontas, comum na cidade. (Cláudia Proushan/Superinteressante)

Jovens cabalistas, ateliês e galerias de arte conferem um clima vibrante à cidade.

Engana-se quem acha que apenas os mais velhos dedicam seu tempo aos antigos ensinamentos da cabala. Andando pelas ruas de Safed, você encontra desde homens vestidos com paletós pretos compridos e barbas enormes até grupos de jovens vestidos com túnicas brancas – estes últimos são os seguidores do rabino Nachman de Breslev (1772-1810), bisneto de Baal Shem Tov, fundador do hassidismo – variante ortodoxa do judaísmo que ensina uma versão simplificada da cabala. Alegres e festivos, esses jovens complementam a meditação e as longas horas de estudo com celebrações regadas a canto e dança.

<strong>Jovens de diferentes regiões da Galileia esperam a chegada do Shabat, o dia de descanso judeu, para dançar e cantar músicas em homenagem ao rabino Shimon bar Yochai.</strong>
Jovens de diferentes regiões da Galileia esperam a chegada do Shabat, o dia de descanso judeu, para dançar e cantar músicas em homenagem ao rabino Shimon bar Yochai. (Cláudia Proushan/Superinteressante)
<strong>1) Dá para agendar cursos rápidos ou passeios temáticos pela cidade no The International Center for Tzfat Kabbalah (tzfat-kabbalah.org); 2) O centro de estudos Ascent (ascentofsafed.com) oferece tours pela cidade e cursos para turistas sobre judaísmo, cabala, astrologia, música e arte judaica.</strong>
1) Dá para agendar cursos rápidos ou passeios temáticos pela cidade no The International Center for Tzfat Kabbalah (tzfat-kabbalah.org); 2) O centro de estudos Ascent (ascentofsafed.com) oferece tours pela cidade e cursos para turistas sobre judaísmo, cabala, astrologia, música e arte judaica. (Cláudia Proushan/Superinteressante)
<strong>Cartazes anunciam a venda de uma nova edição do Zohar, um dos livros mais importantes do misticismo judaico.</strong>
Cartazes anunciam a venda de uma nova edição do Zohar, um dos livros mais importantes do misticismo judaico. (Cláudia Proushan/Superinteressante)

Quem quer mergulhar ainda mais na cultura da cabala deve circular pelas vielas de paredes brancas, onde estão instaladas dezenas de galerias de arte e ateliês – um dos mais bacanas é o do artista plástico David Friedman, que tem lindas aquarelas com motivos cabalísticos.

<strong>“Dont worry be Breslev” é o slogan bem-humorado dos seguidores do rabino Nachman de Breslev, um dos mestres do judaísmo hassídico.</strong>
“Dont worry be Breslev” é o slogan bem-humorado dos seguidores do rabino Nachman de Breslev, um dos mestres do judaísmo hassídico. (Cláudia Proushan/Superinteressante)
<strong>1) Na parte antiga de Safed, lojinhas vendem objetos cabalísticos e joias com letras hebraicas; 2) As pinturas de artistas locais trazem paisagens da região e personagens históricos.</strong>
1) Na parte antiga de Safed, lojinhas vendem objetos cabalísticos e joias com letras hebraicas; 2) As pinturas de artistas locais trazem paisagens da região e personagens históricos. (Cláudia Proushan/Superinteressante)

Também vale a pena dar uma garimpada nas lojinhas, que vendem desde Árvores da Vida coloridas até joias com letras hebraicas. Para mais informações turísticas sobre a cidade, vale a pena consultar o site safed.co.il.

Este texto faz parte de um dossiê sobre a cabala publicado em 2010, que você pode conferir aqui.

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