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A volta das tempestades solares

Felizmente, as tempestades são previsíveis com mais de 36 horas de antecedência.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h25 - Publicado em 31 ago 2002, 22h00

Paulo D¿Amaro

O que têm em comum um celular que não funciona, um monte de pombos desorientados e um alarme contra roubo disparando sem motivo? Nos próximos meses, essas coisas podem ter tudo a ver. São conseqüências já registradas anteriormente das tempestades solares. A cada 11 anos, o Sol cumpre um ciclo e esse fenômeno se agrava bastante, chegando a influir em coisas tão terráqüeas quanto as citadas acima. E, segundo os cientistas, estamos agora entrando nesse período mais crítico, chamado de solar maximum. Ele deve durar até 2005, quando a emissão de nuvens de gás com partículas subatômicas excitadas tenderá a diminuir novamente.

Não há motivo para pânico exagerado. As tempestades solares não são capazes de destruir construções ou aumentar o calor. Mas fazem chegar à Terra quantidades enormes de energia e podem atrapalhar bastante a vida. Em 1997, uma delas – que nem foi das maiores – pôde ser estudada e avaliada. O resultado foi chocante. Em menos de 36 horas, uma nuvem carregada com 1 400 gigawatts saiu do Sol e chegou à atmosfera da Terra. Isso corresponde a toda a energia gerada nos Estados Unidos no mesmo período. Esse poder todo explica fatos notáveis acontecidos no passado. Em março de 1989, perto do ápice do último ciclo, uma tempestade solar provocou um breve blecaute em Estocolmo, na Suécia, causou um disparo em massa dos alarmes anti-roubo em Toronto, Canadá, e deixou fora do ar o sistema de comunicações da Marinha americana.

Alguns estudos recentes mostraram que as tempestades solares podem ter conseqüências bem mais indigestas que a simples interferência em equipamentos eletroeletrônicos. A onda eletromagnética vinda do espaço desorienta aves e mamíferos marinhos, deixando-os perdidos ou à mercê de predadores. Além disso, destrói a camada de ozônio e pode ser prejudicial à saúde de passageiros de aviões em determinadas regiões do planeta, devido à alta concentração de raios gama e raios X. Felizmente, as tempestades são previsíveis com mais de 36 horas de antecedência.

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