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Arqueólogos desvendam mistério de “cidade” submarina na Grécia

Não era Atlântida: a solução desse enigma é bem diferente do que você imagina

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 nov 2016, 19h15 - Publicado em 13 jul 2016, 14h45

Ilha de Zakynthos, Grécia, 2013. Um grupo de turistas estava mergulhando, curtindo as férias e a paisagem, quando algo inesperado aconteceu: entre peixes e corais, a cinco metros de profundidade, eles encontraram o que parecia ser uma série de antigas construções humanas – dezenas de pilares, ruas pavimentadas e estruturas arredondadas, que lembram bases de prédios gregos, tudo isso coberto por algas e intocado.

Os mergulhadores acionaram o Ministério da Cultura do país, e a mídia internacional foi à loucura, pensando que se tratasse de uma cidade grega antiga e submersa; uma Atlântida da vida real. Só que não – era cilada. Após três anos de análises, arqueólogos da Universidade de Atenas descobriram que o que formou as estruturas é bem menos interessante do que um civilização perdida: bactérias. 

LEIA: Um mistério chamado Atlântida

Por 5 milhões de anos, esses micróbios se alimentaram de gás metano, que vazava de reservatório subterrâneo natural próximo. Nesse processo, são fabricados também pequenos pedaços de um mineral chamado dolomita, que foi se acumulando por todo esse tempo e acabou formando uma espécie de cimento natural. E aí, o movimento do oceano foi moldando esse concreto, o que esculpiu as estruturas misteriosas e aparentemente feitas por seres humanos que os mergulhadores encontraram. Em outras palavras, não era Atlântida – era “cocô” de bactéria.

Universidade de Atenas

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LEIA: Como é uma expedição arqueológica no fundo do mar

Logo depois da descoberta, em 2013, arqueólogos da Universidade de Atenas começaram a estudar o local. Mas já ficaram com uma pulga atrás da orelha, porque logo de cara não encontraram indícios de presença humana por ali: nada de potes de cerâmica, esculturas, utensílios ou mesmo esqueletos, que seriam de se esperar se a “cidade” tivesse sido inundada de repente. 

Mesmo assim, os caras passaram três anos estudando a descoberta, sem entender o que poderia ter formado estruturas tão parecidas com as construídas por pessoas. Isso porque o fenômeno das bactérias fabricantes de cimento natural acontece, geralmente, em águas muito mais profundas do que essas – e também é incomum na água salgada. 

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