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Blocos de Stonehenge foram arrastados por mais de 200 km, diz estudo

Arqueólogos encontraram evidências de que quase 80 blocos, com duas toneladas cada um, foram transportados por terra - e não pela água, como se imaginava

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 19 fev 2019, 17h42 - Publicado em 19 fev 2019, 17h33

Um dos monumentos megalíticos mais misteriosos acaba de ganhar uma dose extra de mistério. Recentes escavações conduzidas por arqueólogos britânicos mudaram completamente o que os especialistas pensavam sobre Stonehenge, localizado ao sul das Ilhas Britânicas. Anteriormente, o consenso era de que os quase 80 blocos de pedra de duas toneladas teriam sido transportados de muito longe pela água, através do Canal de Bristol. Novas evidências apontam que o “carreto” pré-histórico foi feito por terra.

Extraídas há 5 mil anos, as rochas vieram de uma pedreira nas colinas Preseli, no atual Parque Nacional de Pembrokeshire, oeste do País de Gales. Uma pesquisa arqueológica no local encontrou vestígios de que as pedras teriam sido retiradas da parte norte dessas colinas, e não do lado sul como se acreditava. Dali, seguiram uma rota bem parecida com a percorrida pela moderna estrada A40 — foram arrastadas dos montes e levadas de balsa por um estuário e um rio até desembarcarem em seu destino final, a planície Salisbury.

Quem construiu o monumento, e porque ele foi movido do País de Gales para o sul da Inglaterra, continua sendo um mistério. Mas, aos poucos, algumas peças do quebra-cabeça milenar vão se encaixando. Na pedreira, chamada de Carn Goedog, foram encontradas ferramentas e também uma plataforma rochosa onde os especialistas acreditam que os enormes blocos eram amarrados a trenós de madeira antes de partir.

O estudo foi liderado pelo professor Mike Parker Pearson, da University College London, e utilizou datação por carbono-14 no local da extração. Durante as investigações, os pesquisadores localizaram pontos em que os paredões rochosos pareciam ter sido “fatiados” e, graças à análise química, puderam estimar que aquela intervenção foi feita no quarto milênio antes de Cristo, ou seja, por volta do ano 3 mil a.C., que é justamente o período de construção do famoso monumento megalítico. 

Graças às novas descobertas, publicadas em um artigo no periódico Antiquity, os arqueólogos suspeitam que os blocos, cada um com dois metros de altura e peso equivalente a um carro, podem ter formado um círculo de pedras anterior ao Stonehenge. Os pesquisadores pretendem fazer novas buscas para tentar encontrar vestígios dele. Mas o porquê de as rochas terem sido carregadas por uma distância de 230 quilômetros, algo como uma viagem de São Paulo (SP) a Paraty (RJ), ninguém sabe. E talvez jamais saberemos — mas isso não torna o Stonehenge ainda mais belo?

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