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Círculos semelhantes a Stonehenge são encontrados no Acre

Com a ajuda de drones, cientistas identificaram ao menos 450 geoglifos na floresta Amazônica

Por Giselle Hirata
Atualizado em 8 fev 2017, 15h15 - Publicado em 8 fev 2017, 15h10

Os misteriosos círculos de pedra, encontrados em Wiltshire, na Inglaterra, intrigam arqueólogos há séculos. Stonehenge começou a ser construído por volta de 3.000 a.C. por homens pré-históricos do período neolítico – também conhecido como Idade da Pedra Polida. Mas, até hoje, cientistas questionam a função dessas ruínas.

LEIA: Arqueólogos descobrem as origens de Stonehenge

Apesar de famoso, o monumento não é único. Uma característica muito peculiar da construção são os círculos que a delimitam. Eles têm em torno de 98 metros de diâmetro e seriam uma espécie de fosso. E inúmeros círculos semelhantes já foram descobertos pelo mundo – inclusive no Brasil, no interior do Amapá.

Desta vez, porém, pesquisadores encontraram vestígios na Floresta Amazônica. E não é apenas um, mas 450 círculos! As imagens foram feitas com a ajuda de drones e mostram geoglifos [desenhos feitos na terra] na região oeste da Amazônia – área que, durante séculos, ficou escondida pelas árvores.

círculos
Desmatamento moderno revelou centenas de círculos no oeste da Amazônia brasileira (SALMAN KAHN AND JOSÉ IRIARTE / EXETER UNIVERSITY)

Segundo o estudo, conduzido pela arqueóloga Jennifer Watling, da Universidade de Exeter,  as formas são parecidas com a de Stonehenge, embora sejam mais regulares. Em entrevista ao Telegraph, Watling explicou que o formato dos geoglifos, com uma vala externa, descreve estrutura semelhante ao monumento. “É provável que fossem usados para reuniões públicas ou para rituais.”

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Stonehenge é cerca de 2.500 anos mais velho do que os geoglifos brasileiros, mas todos devem representar o mesmo período no desenvolvimento social. Pesquisadores também descartaram a possibilidade de os cercos representarem fronteiras de aldeias indígenas, uma vez que não foram encontrados artefatos do tipo durante a escavação.

Os membros da equipe utilizaram técnicas que permitiram reconstruir 6.000 anos de história da vegetação em torno de dois sítios, e descobriram que as áreas foram alteradas inúmeras vezes.

A descoberta, publicada na revista Proceedings da National Academy of Sciences, questiona a suposição de que a floresta tropical permaneceu intocada até a chegada da civilização moderna. “A região ficou escondida por muitos séculos por uma floresta madura e isso desafia a ideia de que a Amazônia é um ecossistema imaculado”, acrescentou Watling.

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