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Como é o tráfico na favela?

Os criminosos se organizam em uma hierarquia preocupada em garantir duas coisas: o abastecimento constante de cocaína, maconha e outros entorpecentes e o sistema de proteção contra a polícia ou quadrilhas rivais.

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Atualizado em 31 out 2016, 18h23 - Publicado em 30 set 2004, 22h00
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  • José Carlos da Silva

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    Os pontos de tráfico de drogas, conhecidos como “bocas”, operam como empresas, escondidos em favelas e bairros pobres das grandes cidades. Os criminosos se organizam em uma hierarquia preocupada em garantir duas coisas: o abastecimento constante de cocaína, maconha e outros entorpecentes e o sistema de proteção contra a polícia ou quadrilhas rivais.

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    Para garantir a eficiência do negócio, são contratados diversos funcionários. O esquema de segurança e a acirrada disputa entre traficantes põem em risco a vida de compradores e moradores da favela. “Até chegar à boca, o usuário tem que andar na favela. Ele é avaliado e nem percebe. Se os seguranças pensarem que ele é um policial disfarçado, atiram”, diz o delegado Carlos Roberto Alves de Andrade, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado do Departamento de Narcóticos de São Paulo.

    Crime organizado

    Vários funcionáriosestão envolvidos noesquema de tráfico

    Aviõezinhos

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    Os garotos que levam a droga da boca para os clientes são mais comuns no Rio de Janeiro. Em São Paulo, onde as favelas são planas, a distância entre a boca e o consumidor é pequena e o serviço deles nem sempre é necessário

    Alto escalão

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    Traficantes de maior hierarquia ficam posicionados sobre lages e barracos, onde podem se proteger melhor e atirar em caso de tentativa de invasão. Carregam fuzis, ideais para combates a longa distância

    A boca

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    Geralmente fica perto de riachos, esgotos ou barrancos, para dificultar a chegada da polícia. Em uma mesma favela, podem existir várias bocas e nem toda a droga fica aqui. Barracos conhecidos como “paiol” são usados para armazenamento de grandes quantidades e da munição da quadrilha

    Gerente da boca

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    É responsável pela chegada da droga e pela contratação do pessoal. É ele que comanda toda a operação dentro da favela e, por isso, é sempre alguém de muita confiança do dono da boca

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    Seguranças

    A função deles é proteger os arredores da boca da polícia e de traficantes rivais. Eles usam armas próprias para combate a curta distância

    Enquanto isso

    O dono da “boca” não lida diretamente com a venda da droga. Ele comanda o tráfico de um barraco ou casa afastada, por meio dos gerentes. Bocas bem-sucedidas podem transformar traficantes em homens ricos e bem de vida

    Ação na Boca

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    Como a polícia deveria agir?

    Henrique Camargo

    Uma investigação prévia que inclua levantamento topográfico e informações de um policial à paisana. Policiais treinados em artes marciais e com preparo para enfrentar situações de risco sem recorrer às armas de fogo. Um planejamento da ação na favela. Nenhuma morte. Segundo o delegado Cló­vis Ferreira de Araú­jo, supervisor do GOE (Grupo de Operações Especiais), essa é a fórmula ideal para derrubar uma boca. Infelizmente, poucos grupos estão capacitados para esse tipo de ação no Brasil. Na Grande São Paulo, que tem 16 milhões de habitantes, o GOE tem apenas 200 policiais com esse treinamento. “Sem preparação, fica difí­cil fazer uma incursão eficiente dentro de uma favela, onde o ambiente é hostil para quem não o conhece”, diz Araújo.

    Invasão ideal

    Como agem osgrupos mais bemtreinados da polícia

    Formação de grupo

    A equipe que faz a invasão da boca de maior movimento reúne os policiais mais bem treinados. Ela é formada por seis homens organizados de forma que todos estejam protegidos em caso de ataque dos traficantes

    Policial paisanao

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    Disfarçado de morador da favela, o policial à paisana investiga a localização e o esquema de trabalho das bocas, quem são os donos e seguranças e o tipo de armamento utilizado. Durante a ação, ele só participa se for necessário

    Entrando na boca

    A polícia conta com um especialista em explosivos para o caso de os traficantes se esconderem nos barracos. Bombas de efeito moral, como gases pimenta ou lacrimogêneo, são usadas primeiro. Em último caso, são utilizados explosivos para arrombar portas, janelas e paredes

    Olho poe olho

    A troca de tiros só deve ocorrer se os traficantes começarem a atirar. “Eles decidem as armas que vamos usar: se querem fogo, usamos fogo”, diz o delegado Clóvis de Araújo, do GOE. Armas não letais, que não colocam a vida de ninguém em risco, devem ter prioridade

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    Negociador

    O negociador entra em ação quando há algum refém. Ele tem que tentar convencer o bandido a soltar o prisioneiro sem que, para isso, haja necessidade de confronto

    Imobilização

    Os policiais passam por um treinamento de artes marciais com enfoque na imobilização do inimigo. É uma mistura de várias lutas, como judô, jiu-jítsu, tae kwon do. Devem usar essas habilidades sempre que for possível evitar o uso de armas de fogo

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