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Conheça o Coronel Fawcett

Sua visão do mundo, centrada na suposta superioridade britânica, fez com que descrevesse os outros povos com preconceitos: sujos, ignorantes e atrasados.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
31 jul 2003, 22h00 • Atualizado em 27 mar 2023, 17h01
  • Pablo Villarrubia Mauso

     

    Para alguns, o coronel inglês Percy Harrison Fawcett foi um grande explorador romântico. Para outros, um ganancioso buscador de riquezas. Há quem diga que não passava de um gringo desastrado que encontrou a morte em 1925, no Mato Grosso, seguindo a pista de uma quimera: uma cidade perdida construída pelos descendentes dos hipotéticos habitantes de Atlântida. São muitos os boatos que atribuem ao explorador a inspiração do escritor Rob MacGregor para criar as aventuras de Indiana Jones, imortalizado no cinema por Steven Spielberg na pele do ator Harrison Ford. O explorador também inspirou Sir Arthur Conan Doyle, o “pai” de Sherlock Homes, especialmente no livro O Mundo Perdido.

    Fotografado com seu cachimbo, botas e bombachas, Fawcett era um homenzarrão cuja vida foi salpicada de aventuras na Ásia e América Latina. Nasceu em 1867, em Torquay, Inglaterra, e foi criado no auge do Império Britânico, canalizando seu caráter forte e arrogante a serviço da conquista de territórios para a rainha. Aos 19 anos, alistou-se na Real Artilharia de Sua Majestade. Foi enviado à ilha do Ceilão (atual Sri Lanka) e depois para a África negra, Malta, Hong Kong, Marrocos e Irlanda.

    Sua visão do mundo, centrada na suposta superioridade britânica, fez com que descrevesse os outros povos com uma série de preconceitos: sujos, ignorantes e atrasados – embora pudesse ter compaixão pelos índios e raiva dos europeus sem escrúpulos que buscavam a fortuna fácil. Em 1906, com 39 anos, o incansável viajante foi convidado pela Sociedade Geográfica Real para demarcar as fronteiras da Bolívia com o Brasil e o Peru. Durante esse período, fez contato com vários grupos indígenas, dos quais recolheu lendas, tradições e muitas histórias fantásticas. Os grandes descobrimentos arqueológicos daqueles tempos, como as tumbas faraônicas do Egito e a cidade perdida de Machu Picchu, aguçaram ainda mais a curiosidade do militar britânico.

    Em 1912, deu de cara com um documento supostamente escrito por bandeirantes no século 18 e traduzido em inglês por outro aventureiro britânico, Richard Burton, tema do Quem Foi? do mês passado. Era a descrição de uma cidade de pedra abandonada no sertão baiano. Depois, em 1920, realizou uma viagem solitária pela Chapada Diamantina – há quem diga que motivado não só pela vontade de topar com uma cidade perdida, mas também pelas minas de ouro e diamantes. Em 1925, ele decidiu, junto com seu filho Jack e um amigo dele, Raleigh Rimell, buscar a tal cidade nas proximidades da Serra do Roncador, no Mato Grosso. Nunca mais foram vistos.

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    Surgiram milhões de lendas para explicar o sumiço. Houve quem descrevesse o sisudo coronel morando entre os índios. Os místicos da Sociedade Teúrgica do Roncador espalharam a história de que Fawcett encontrou a cidade misteriosa e foi morar nela: um povoado subterrâneo cujos habitantes possuem poderes paranormais. O jornal inglês The Times ofereceu uma pequena fortuna para quem encontrasse pistas sobre o militar e expedições de busca se seguiram, sem sucesso.

    Em 1951, o sertanista Orlando Villas-Boas arrancou uma confissão dos índios kalapalos que parece ter posto fim ao mistério: um tal Cavucuira, membro da tribo, assassinara os três estrangeiros. Tudo por causa de uma briga por mantimentos e por um rifle. Triste fim para um grande aventureiro.

    Foto: GettyImages

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