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E se… a Bíblia não tivesse sido escrita?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h33 - Publicado em 30 abr 2005, 22h00

Mariana Iwakura

A Bíblia está na base da cultura ocidental. É tão importante que, no século 15, foi escolhida para estrear a prensa de tipos móveis, desenvolvida por Gutenberg, e se tornou o primeiro livro impresso na história. E esse é só um detalhe de sua influência no mundo.

Sem a Bíblia, as três principais religiões monoteístas de hoje – cristianismo, judaísmo e islamismo – não existiriam. O culto a um deus único se espalhou com a confecção dos livros que deram origem à Torá e ao Antigo Testamento, ainda no século 7 a.C. No entanto, foi com o Novo Testamento que essa idéia triunfou. “O cristianismo minou completamente a crença em diversos deuses”, diz o historiador André Chevitarese, da UFRJ. “Sem ele, o mundo continuaria a dar grande importância à religião, mas seria politeísta.”

Chevitarese acredita que, sem o cristianismo, as tradições das colônias americanas também estariam melhor preservadas. “No politeísmo, há mais tolerância entre diferenças religiosas”, afirma. Para ele, os europeus teriam explorado o continente economicamente, mas respeitando a cultura e a religião indígenas, da mesma maneira que, no século 2 a.C, o império romano assimilou os deuses gregos (Zeus virou Júpiter, por exemplo).

Outra possível diferença seria o avanço do conhecimento científico. “O cristianismo passou a ver as descobertas da ciência como um desafio a Deus e inibiu muitas delas”, diz Chevitarese. O astrônomo Galileu Galilei, por exemplo, foi obrigado a se retratar perante a Igreja Católica, no século 17, por ter dito que a Terra girava em torno do Sol. “Teríamos uma astronomia muito mais avançada hoje, se a Igreja não tivesse condenado os estudos do universo desde o século 4”, diz o historiador. Sem esse empecilho, é possível que os planos dos cientistas de hoje para colonizar a Lua já tivessem sido implementados e que celebrações no solo do satélite fossem comuns.

Festa da Lua

Os avanços tecnológicos nos permitiriam celebrar datas religiosas até no espaço

Orientalismo

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A divisão entre Ocidente e Oriente, criada pela visão européia e cristã do “nós” versus “eles”, não existiria. Com isso, é possível que valores e práticas da medicina oriental estivessem mais presentes na nossa vida

Deuses Diversos

Num mundo politeísta, as práticas religiosas seriam bem diversificadas. E todas seriam respeitadas. Uma divindade como a Lua, por exemplo, poderia ser adorada por diferentes pessoas, de várias maneiras. E, nas Américas, as imagens não seriam, como são hoje, inspiradas na estética greco-romana. Teríamos uma grande influência da cultura indígena pré-colonização

Feliz Natal

A data tida como a do nascimento de Jesus foi uma apropriação que o cristianismo fez de uma festa antiga, dedicada ao deus Mitra, popular na Pérsia e na Roma antiga. Ou seja, mesmo sem a Bíblia faríamos grandes celebrações no dia 25 de dezembro, que não seriam mais importantes que as festas de outros deuses

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Elite e servos

A Bíblia pregou a noção de que o trabalho engrandece o homem diante de Deus. Sem ela, a relação com o trabalho continuaria como na Antiguidade: à elite, caberia o trabalho intelectual. Ao resto, o trabalho manual

Os clones

A idéia cristã de que o ser humano é resultado da ação divina – e, portanto, a visão de que mexer com a vida é colocar-se contra Deus – impediram diversos avanços da ciência. Sem a Bíblia, é possível que não houvesse sequer oposição a pesquisas com células-tronco, aborto e clonagem

Coisa de macho

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É possível que sexo entre homens fosse bem aceito entre as elites, como acontecia na Grécia antiga. No entanto, como os cultos politeístas antigos preteriam mulheres, casais femininos seriam censurados

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