E se… não houvesse lixo?
Acabar totalmente com a produção de lixo é impossível ¿ mas dá para acabar com o problema ambiental do acúmulo de detritos.
Texto Giovana Sanchez
Acabar totalmente com a produção de lixo é impossível – mas dá para acabar com o problema ambiental do acúmulo de detritos. Para que isso ocorra, é consenso que devemos aplicar os 3 Rs, na seguinte ordem: redução (do consumo de produtos de difícil decomposição), reutilização (de tudo que for possível) e reciclagem (em último na lista devido ao gasto de energia). O maior problema do lixo doméstico está em latas, caixas, potes e todos os materiais duráveis que embalam os bens de consumo. “Podemos diminuir muito a produção de lixo se evitarmos o consumo de embalagens plásticas, por exemplo”, explica o presidente do Instituto Brasil Ambiente, Sabetai Calderoni, consultor das Nações Unidas para assuntos de reciclagem. “Muitos produtos podem ser comprados a granel.” Soluções criativas também poderiam ser adotadas pela indústria para criar produtos mais facilmente assimilados pelo ambiente ao ser jogados fora. Veja aqui algumas sugestões da SUPER para a campanha lixo zero.
Parafuso reciclável
O entulho da construção civil é responsável por cerca de 40% dos resíduos sólidos de uma cidade grande. Todos os dias, uma montanha de argamassa, cerâmica, concreto, areia madeira, metais, entre outros materiais, são depositados em locais clandestinos. O uso de materiais recicláveis, como o plástico, pode atenuar o problema do entulho.
Tudo a granel
As embalagens estão entre os maiores responsáveis pelo acúmulo de lixo no mundo de hoje. O plástico demora cerca de 100 anos para se decompor. A solução seria comprarmos produtos a granel, usando um pote para carregar os produtos toda vez que fôssemos ao supermercado.
Sacola de pneu
Um dos principais fatores de poluição ambiental são os pneus usados: eles podem demorar cerca de 600 anos para se decompor. Só nos EUA, mais de 240 milhões deles são lançados na natureza todos os anos. Toda essa borracha poderia ser reciclada em produtos como esta sacola – que, de quebra, dispensaria os sacos plásticos no supermercado.
Fralda de maisena
As fraldas descartáveis representam 30% do lixo mundial não biodegradável. Feitas de plástico e material impermeável, elas levam cerca de 500 anos para se decompor. Cada bebê gasta 1 tonelada de fraldas até os 2 anos de idade. Uma empresa americana desenvolveu uma fralda de alta tecnologia à base de amido de milho: ela mantém o bebê seco e é biodegradável.
Lixo informático
Com o barateamento dos computadores, há quem simplesmente jogue fora aparelhos inteiros. Em uma cpu existem cerca de 2 quilos de chumbo, material altamente tóxico. Seria mais racional se as peças menores, como placas e processadores, fossem vendidas de forma avulsa.
Salada individual
O lixo orgânico também é um problema: no Brasil, ele chega a 600 gramas diários por habitante. Para minimizar o impacto, só reduzindo o desperdício. Uma solução seria o desenvolvimento de verduras pequenas o bastante para satisfazer uma só pessoa, vendidas a granel ou em embalagens biodegradáveis.
Sabonete de óleo usado
Depois de usado em frituras, o óleo de cozinha também contamina o ambiente. Um litro de óleo é o bastante para comprometer 1 000 litros de água. Isso representa 20% do custo de tratamento do esgoto. A solução utilizada atualmente é recolher o óleo de restaurantes e de domicílios para ser usado na indústria de sabonetes.
Nem luxo nem lixo
A vida com menos lixo implica abrir mão de certos luxos da modernidade. Alguns exemplos:
• Trocar o papel higiênico por bidê ou ducha higiênica.
• Não usar pratos, copos e talheres plásticos nas festinhas (e encarar a louça).
• Usar frente e verso do papel na impressora.
• Trocar a água mineral pelo filtro.