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E se Roma não tivesse caído?

O mundo seria mais divertido, sangrento e burro

Por Fernando Brito
Atualizado em 31 out 2016, 18h23 - Publicado em 24 jun 2010, 22h00

Alexandre Versignassi e Fernando Brito

Cair, cair mesmo, Roma nunca caiu. Não culturalmente: este texto está em português, um dialeto do latim, língua que chegou à península Ibérica por causa dos romanos. Mais: esta é a SUPER do mês da deusa Juno (junho), a rainha das divindades deles. E depois vêm os meses de Júlio César (julho) e o de seu sobrinho-neto, Augusto (agosto) – imperador que roubou um dia de fevereiro para que seu mês ficasse tão longo quanto o do tio. Até o nosso dinheiro tem algo de Roma. Os primeiros planos econômicos que substituíram uma moeda desvalorizada por uma nova aconteceram lá. No ano de 312, trocaram o áureo pelo sólido. Cada 275 mil áureos viraram 1 sólido. Em 1994, cada 2 750 cruzeiros viraram 1 real. Mas é fato: se o império não tivesse se esfacelado no século 4, vítima de sua própria corrupção, o mundo seria outro. Para começar, não teria existido a Idade Média. No lugar de uma Europa dominada por feudos, com cada um no seu quadrado e zero de crescimento econômico por 1 000 anos, veríamos o comércio progredir. Em alguns aspectos, o futuro chegaria mais cedo – a revolução industrial e o capitalismo moderno teriam aparecido antes. Isso azeitaria as engrenagens da produção, e o século 19, que marcou o início da urbanização em massa, talvez tivesse acontecido no século 9. Mas isso não significa que estaríamos num mundo Jetsons agora. A Roma moderna seria parecida com outro império da Antiguidade que nunca ruiu: o chinês. A Europa teria sido menos permeável a influências de fora, como a dos árabes. Sem elas, o Ocidente poderia ter ficado como você vê aqui nestas páginas.

Ave, César!
O mundo seria mais divertido, sangrento e burro

1. COPA DE ROLLERBALL Tinha até batalha naval no Coliseu. Essa era a sofisticação dos espetáculos de Roma. Imagine então como seriam os esportes hoje. Futebol? Esquece. Monótono demais para romanos. Era mais fácil que a Copa 2010 fosse de rollerball (se não conhece, veja: migre.me/C5P2).

2. BRASIL ÁRABE
Somos filhotes das navegações em busca de especiarias na Ásia, que trombaram com o Novo Mundo por acaso. Na época de Roma, esse comércio era bem estabelecido por terra. Se isso continuasse, os Europeus teriam demorado para se lançar ao mar. E os árabes poderiam ter chegado aqui antes, via Marrocos.

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3. NEOVIKINGS
O comércio naval de especiarias atraiu primeiro os portugueses. Depois os britânicos viriam na cola. Com Roma e sem as navegações inglesas, a América do Norte ficaria para seus descobridores de fato: os escandinavos, que fundaram mesmo uma colônia no atual Canadá, no século 10.

4. GOVERNADOR RATZINGER
Na Idade Média, o papa assumiu o papel de centralizador de poder que antes cabia ao imperador. Com Roma de pé, ele seria menos importante. E o catolicismo poderia ter só chefes regionais. Bento 16 seria um deles. Ou tentar um cargo mais poderoso, tipo governador da Germânia.

5. BURROS DEMAIS
Uma Roma forte impediria que os árabes se aproximassem da Europa. Mas foram eles que trouxeram a matemática moderna para o Ocidente, com a álgebra e os números arábicos. Sem essas ferramentas, a ciência ficaria atada. E a revolução da eletrônica, herdeira da física quântica, não aconteceria. Adeus, iPhone.

Fontes: Andrea Dorini Rossi e Ivan Esperança da Rocha, historiadores da Unesp; Pedro Paulo Funari, historiador da Unicamp.

 

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