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Estátuas funerárias raras são descobertas em Pompeia

Esculturas em relevo revelam detalhes sobre a vida e os rituais funerários da elite romana em Pompeia antes da erupção do Vesúvio.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 7 abr 2025, 10h26 - Publicado em 4 abr 2025, 19h00

Duas estátuas humanas em tamanho real foram descobertas em um cemitério de Pompeia, a famosa cidade romana destruída pela erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C.

As figuras, um homem e uma mulher em pé, decoravam a parede de uma necrópole próxima à Porta de Sarno, um dos portões de Pompeia. Segundo os arqueólogos responsáveis pela descoberta, trata-se de um baixo-relevo funerário que representa um casal que teria sido enterrado no local. Túmulos desse tipo são raros no sul da Itália. A aposta entre os pesquisadores é que ambas foram esculpidas entre o século 1 e 2 a.C.

Para Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, a relação entre as figuras não pode ser confirmada, mas provavelmente os dois eram da mesma família. “Ele pode ser o marido dela, mas também pode ser o filho dela”, disse ao The Guardian.

Uma das estátuas representa uma mulher vestida com túnica, capa e diversos acessórios, como brincos, aliança, pulseiras e um colar com pingente de lúnula — uma lua crescente. Esse tipo de colar era usado por meninas como amuleto de proteção contra o mal.

Além disso, ela segura folhas de louro em uma das mãos — planta usada por sacerdotes para purificar espaços — e, na outra, um pergaminho. “Ela realmente parece uma mulher muito importante na elite local”, disse Zuchtriegel ao The Guardian. “Há também a ideia de que poderia ter sido uma sacerdotisa de Ceres, segurando essas plantas e o que parece ser um rolo de papiro.”

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Ceres é a deusa romana da agricultura, fertilidade e maternidade. Entre os gregos, a divindade equivalente é Deméter.

A presença do colar de lúnula também aponta em direção ao culto à Ceres, já que a deusa era simbolicamente ligada à lua. No estudo publicado por uma plataforma do sítio arqueológico de Pompeia, os autores afirmam que, como as mulheres na sociedade romana eram comumente relegadas à esfera doméstica e às tarefas da matrona romana, “ser sacerdotisa era a mais alta posição social à qual uma mulher poderia aspirar”. 

A qualidade e preservação das peças, somada à possibilidade de que a mulher possa representar uma sacerdotisa com objetos religiosos torna a descoberta extremamente rara e excepcional, escrevem os pesquisadores. Para eles, as estátuas servem como evidência que Ceres tem um lugar claro na religião oficialmente praticada em Pompeia.

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As estátuas serão expostas no parque arqueológico em que foram encontradas, e farão parte de uma exposição chamada “A vida das mulheres na antiga Pompeia” ao final deste mês.

 

 

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