Um médico austríaco revolucionou a mentalidade ocidental na virada do século 19 estudando o comportamento de um grupo de pessoas consideradas, na época, neuróticas. Sygmund Freud constatou, numa conversa com um desses pacientes, que os relatos sobre os sonhos tinham bastante importância no comportamento dos humanos, mesmo acordados. Foi pontuando esse estado mental do homem, enquanto dorme, que Freud confirmou a existência do inconsciente, onde se escondem nossos maiores desejos, medos, aflições, traumas e uma infinidade de questões que acabam sendo camufladas por nós mesmos, quando em vigília. Se hoje em dia as pessoas fazem terapia para curar traumas e agruras, e se levam em conta a importância dos sonhos é porque Freud parou para pensar profundamente nessas questões.
Assim foram definidos os contornos da psicanálise, fundamentando o conceito de inconsciente como força atuante na psique humana. Apesar de ter sido o primeiro a conceber a idéia cientificamente, com experimentos, Freud dizia que poetas e filósofos descobriram o inconsciente antes dele. Mas os médicos, até essa época, difundiam a noção de que a esfera do mental (em oposição ao material e ao espiritual) era constituída unicamente pela nossa consciência. Esse conceito foi aprimorado depois de Freud, mas devemos a ele a revolução da maneira de entender as várias esferas da obscura mente dos seres humanos.