Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Jarras recuperadas revelam segredos do vinho romano

Pesquisa combinou técnicas de arqueologia, botânica e química para descobrir como era a vinicultura romana - que usava uvas locais e piche importado

Por Leo Caparroz
Atualizado em 26 jul 2022, 13h36 - Publicado em 7 jul 2022, 15h52

Três jarras de vinho, chamadas de ânforas, foram recuperadas do oceano e analisadas, dando aos pesquisadores uma visão das práticas vinicultoras da costa italiana durante o período do século 1-2 a.C.

Ânforas são vasos antigos, com forma geralmente ovalada e duas alças laterais simétricas. Eram feitos de barro e usados para transportar e armazenar líquidos, especialmente vinho – mas também podiam conter água, azeite, frutos secos, cereais e mel.

Essas jarras foram encontradas em 2018, perto do porto de San Felice Circeo, cerca de 90 quilômetros a sudeste de Roma. A pesquisa delas envolveu a combinação de técnicas de análise química com abordagens usadas na arqueobotânica.

Os cientistas usaram diferentes formas e combinações de processos para separar e identificar marcadores químicos – como a cromatografia gasosa e a espectrometria de massas – com o objetivo de identificar os restos orgânicos deixados nos jarros.

Além disso, os pesquisadores procuraram por pólen preso no resíduo. Esse tipo de análise é mais comum, mas não em jarras como as encontradas e raramente com o objetivo de tentar entender o contexto histórico do artefato.

O estudo do pólen revelou que as ânforas eram usadas ​​para fazer vinho tinto e branco, e que as bebidas eram produzidas com plantas locais – embora não esteja claro se elas eram domesticadas ou se seus frutos eram colhidos da natureza.

Vestígios de alcatrão de pinho, uma substância espessa e pegajosa feita a partir da carbonização da madeira de pinheiro, sugerem que ele era usado para impermeabilizar os frascos e talvez até para dar sabor ao vinho. Segundo os pesquisadores, o piche seria obtido de fora da região, provavelmente da Calábria ou da Sicília. 

As descobertas em torno do porto de San Felice Circeo incluem uma variedade de outras cerâmicas e artefatos. Os arqueólogos acreditam que a área pode ter sido próxima a um canal romano.

Continua após a publicidade

Ao combinar conhecimentos químicos e botânicos com registros históricos e arqueológicos de estudos anteriores em jarras de vinho similares, os cientistas foram além da análise tradicional para investigar a história ampla desses artefatos.

“Se existe uma mensagem a ser retirada deste artigo, é em relação à metodologia multidisciplinar a ser aplicada. Usando diferentes abordagens para desvendar o conteúdo e a natureza do revestimento das ânforas romanas, avançamos ainda mais na compreensão das práticas antigas do que seria possível com uma única abordagem,” relatam.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.