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O mundo de mal a pior

concluiu que os problemas ambientais pioraram e a diferença entre os países ricos e pobres aumentou ao longo da década.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h21 - Publicado em 30 abr 2002, 22h00

Rafael Kenski

Em 1992, representantes de 179 países se encontraram no Rio de Janeiro para discutir o futuro do planeta. Eles se comprometeram a adotar medidas que permitissem o crescimento sem danificar os recursos naturais ou aumentar as diferenças sociais. Dez anos depois, muita coisa mudou, mas não para melhor. Um levantamento do Instituto Worldwatch publicado no livro Estado do Mundo 2002 (vendido apenas pela internet, no site https://www.wwiuma.org.br) concluiu que os problemas ambientais pioraram e a diferença entre os países ricos e pobres aumentou ao longo da década. O motivo foi que o modelo de desenvolvimento que adotamos privilegia o consumo e o desperdício excessivos, os combustíveis fósseis e se orienta mais para o crescimento econômico do que para as necessidades humanas. Os autores afirmam, no entanto, que a preocupação com essas questões aumentou e que dá para ter esperanças de ouvir notícias melhores daqui a dez anos.

Década perdida

O que mudou no planeta para melhor (em branco) e para pior (em vermelho) desde a ECO-92

+900%

A geração de energia elétrica a partir dos ventos aumentou dez vezes – ou 900% – durante a década de 90. Ela corresponde agora a 1% da produção de eletricidade no mundo. No entanto, 90% da produção ainda depende de combustíveis fósseis

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-11%

A educação apresentou melhoras sutis ao longo da década. O número de crianças não matriculadas caiu 11% – de 127 milhões para 113 milhões entre 1990 e 1998. O número de analfabetos diminuiu de 894,5 para 882,1 milhões no período 1990-1997

+7%

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O consumo de água aumentou. Na agricultura, setor de maior consumo, os terrenos irrigados cresceram 7% – de 250 para 267 milhões de hectares –, entre 1992 e 2000. Caso não sejam adotadas medidas para reduzir o gasto, estima-se que o número de pessoas com dificuldade de acesso à água passará de 436 000 em 1995 para 1,4 bilhão em 2025

-19%

Nada menos que 19% de todos os recifes de corais que existiam em 1992 foram destruídos ao longo da década, graças a fatores como aquecimento global e poluição dos mares. Esses ambientes têm uma biodiversidade que só perde para a das florestas tropicais. Cerca de 10% dos recifes destruídos não têm chance de se recuperar no futuro

+0,35ºC

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A temperatura média global passou de 14,16oC em 1992 para 14,51oC em 2001, o segundo ano mais quente desde o século XIX, quando começaram a ser feitas medições. Isso pode aumentar o nível do mar, os desastres naturais, a dispersão de doenças e os empecilhos para a agricultura

-23%

Apesar de as nações desenvolvidas terem se comprometido a patrocinar parte das medidas propostas em 1992, as contribuições de assistência ao desenvolvimento dos 15 países mais ricos caíram 23% – de 68,8 para 53 bilhões de dólares –, entre 1992 e 2000. A dívida total dos países em desenvolvimento aumentou 34% no mesmo período

-87%

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Uma das poucas boas notícias sobre o ambiente está no controle dos CFCs, gases responsáveis pelo buraco na camada de ozônio. A emissão das substâncias diminuiu 87% entre 1987 e 1997 e espera-se que a camada se recomponha a partir dos próximos anos

+8%

O número de vítimas das seis doenças infecciosas que mais matam no mundo (Aids, diarréia, tuberculose, malária, sarampo e doenças respiratórias baixas, como pneumonia) aumentou de 11,51 milhões para 12,45 milhões entre 1990 e 2000 – o que dá 8% de crescimento. O número de mortos de Aids subiu mais de nove vezes nesse período

-2,2%

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As florestas do mundo diminuíram 2,2% nos anos 90, segundo as Nações Unidas. Alguns biólogos acreditam que a destruição foi bem maior – mais que o dobro disso. A perda desses hábitats aumenta as chances de extinção de um grande número de espécies

+9%

A emissão de carbono – um dos principais fatores para o efeito estufa – aumentou em 9% na última década. O principal poluidor, os Estados Unidos, aumentou essa taxa em 18% e ainda rompeu com os acordos internacionais que regulavam as emissões. Essa poluição contribui para o aquecimento global

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