O que foi a Lei Seca dos EUA?
Em 16 de janeiro de 1919, o Congresso dos Estados Unidos assinou uma lei proibindo bebidas alcoólicas no país. A intenção até era boa - mas tudo terminou num grande fracasso.
Foi uma lei federal assinada nos Estados Unidos em 1919 e que entrou em vigor em 1920 que proibia a produção, o transporte e a comercialização de bebidas alcoólicas.
Desde o início do século XIX, movimentos religiosos do país faziam campanhas contra as bebidas, numa pregação bem recebida por vários setores da sociedade americana. Os habitantes da zona rural, por exemplo, resistiam ao crescimento das cidades, pois as consideravam lugares de indecência e bebedeira. Além disso, os industriais da época viam na idéia uma forma de aumentar a eficiência dos trabalhadores.
Outro incentivo importante à proibição foi a tentativa de acabar com negócios ligados à bebida controlados por imigrantes. “No final do século XIX, o movimento operário americano cresceu e surgiram diversos partidos de esquerda, com vários integrantes estrangeiros. Assim, todas as formas de combater o fortalecimento dos operários ou o suposto antiamericanismo foram utilizadas, incluindo a Lei Seca”, diz o historiador Luiz Bernardo Pericás, formado pela Universidade George Washington, nos Estados Unidos.
A proibição, porém, mostrou-se ineficaz. Tornaram-se comuns os bares clandestinos, conhecidos como speakeasies. Aumentaram também o consumo de bebidas falsificadas (feitas a partir do milho) e a corrupção, com policiais e políticos sendo subornados pelas quadrilhas que distribuíam o produto no mercado negro.
Fortunas passaram a ser movimentadas pelos gângsters, entre eles o famoso Al Capone. Aos poucos, os próprios defensores da luta anti-álcool se decepcionaram com seus resultados e, em 1933, o Congresso americano aboliu a Lei Seca.