Perdidos em Lost
Falar do seriado-fenômeno Lost, principalmente numa edição de mais de 80 páginas, tinha tudo para dar errado. Duas vezes. Primeiro, porque não se fala assim de Lost.
Lúcio Ribeiro
Falar do seriado-fenômeno Lost, principalmente numa edição de mais de 80 páginas, tinha tudo para dar errado. Duas vezes. Primeiro, porque não se fala assim de Lost. O perigo de estragar surpresas é imenso e nunca dá para saber qual o tipo de devoto da série você vai encontrar: se é o que espera o dvd, o que vê na TV aberta, os fãs via canal pago ou aquele compulsivo, que baixa da internet para assistir tal qual um americano, com poucas horas de atraso em relação ao capítulo exibido nos EUA. Segundo, porque não se sabe ao certo o que falar do seriado, tão misterioso como Arquivo X, tão esquisito como Twin Peaks, tão nonsense quanto Alice no País das Maravilhas, tão antropológico quanto… Os Flintstones. Quando fui convidado para elaborar uma revista com esse grau todo de perigo, (1) pensei nessas coisas todas acima, (2) pensei no nível de desespero de amigos que se encontram em cada um dos estágios de fã descritos e (3) pensei que recentemente me peguei jogando na loteria os números sinistros que movem o seriado. Então, amparado por uma equipe boa de “Loucos por Lost”, armamos esta edição especial para cutucar esse vespeiro: com análises acadêmicas, teorias decifradas, mensagens escondidas (os easter eggs), caderno secreto revelando segredos finais. Um verdadeiro e ousado “Tudo sobre Lost”. E, incrível, deu certo falar do seriado!