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Pirâmide mais antiga do mundo pode estar enterrada na Indonésia

Estrutura pode ser anterior até mesmo ao surgimento da agricultura. Entenda.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 8 nov 2023, 19h40 - Publicado em 8 nov 2023, 19h38

Escondida numa encosta na Ilha de Java Ocidental, na Indonésia, está a Gunung Padanga – uma estrutura em forma de pirâmide, descoberta em 2018. Pouco se sabia sobre ela até então. Mas um novo estudo sugere que ela pode ser a mais antiga construção megalítica (aquelas feitas com grandes pedras, durante o Neolítico).

“Gunung Padanga”, em sundanês (idioma mais falado de Java) quer dizer algo como “montanha da iluminação”. Ela fica no topo de um vulcão extinto e, na época em que foi encontrada, achava-se que ela seria uma espécie de templo. Mas essa hipótese foi alvo de críticas – muitos diziam se tratar de uma estrutura natural, sem nenhum toque humano.

Parte dessa descrença pela construção da pirâmide se deve ao fato da sua idade: pelas estimativas, a pirâmide teria sido construída milhares de anos antes da revolução agrícola (por volta de 12 mil anos atrás) – e, por tabela, antes do surgimento das civilizações mais antigas que se tem notícia.

O novo estudo, feito pelos mesmos pesquisadores que acharam a pirâmide, fornece informações mais precisas: ela remonta à última era do gelo, entre 16 mil e 27 mil anos atrás. Para se ter noção, as pirâmides de Gizé, no Egito, são de 3.200 a.C. Göbekli Tepe, a estrutura megalítica mais antiga conhecida do mundo, localizada na Turquia, tem 11 mil anos.

Os detalhes da pirâmide apontam para uma possível construção humana – a começar pelas etapas. Os pesquisadores acreditam que, por volta de 15 mil a.C., ela foi abandonada, e permaneceu assim por milênios. Em 7 mil a.C., o local voltou a ser habitado, com novos projetos adicionados à sua construção. 

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Ela teria sido finalizada em 2 mil a.C, com a adição do solo superior e dos terraços. Para chegar a todas essas datas aproximadas, os pesquisadores utilizaram o sistema de datação por carbono-14, largamente utilizado (entenda como ele funciona aqui).

Os cientistas usaram ainda um sistema de ondas sísmicas, que serviu para analisar a parte interna da estrutura. Eles encontraram câmaras ocultas – algumas podem chegar a 15 metros de altura.

A pergunta que fica para pesquisas futuras na região é: quem são os construtores? E como eles fizeram as pirâmides? A resposta pode mudar a forma como entendemos a evolução da civilização humana.

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