Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Qual o segredo da linguagem humana?

Programação genética ou aprendizado cultural? De onde vem nossa habilidade para a comunicação?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h22 - Publicado em 31 Maio 2007, 22h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Eduardo Sklarz

    Publicidade

    Ao longo da história, esse mistério mobilizou duas correntes teóricas principais. Para as chamadas teorias nativistas, as crianças já nascem predispostas a adquirir a linguagem. O cérebro, portanto, estaria geneticamente preparado para albergá-la. A estrela dessa corrente é a Teoria da Gramática Universal (GU), segundo a qual todas as línguas compartilham de certos princípios que são inatos ao ser humano. Ao serem expostas a essas línguas, as crianças rapidamente assimilam sua estrutura. Não é à toa que, com alguns meses de idade, elas balbuciam palavras e, por volta dos 4 anos, conseguem fazer múltiplas combinações a partir de um vocabulário finito.

    Publicidade

    Do outro lado estão as teorias não nativistas, que enfatizam fatores ambientais e a interação das crianças com seus pais e educadores. Essas teorias não se concentram apenas nos elementos lin- güísticos, mas no uso que fazemos deles – ou seja, no contexto e na forma como as frases são utilizadas. Vista desse modo, nossa habilidade de adquirir linguagem não dependeria exclusivamente da ativação de um aparato interno inato, mas do processo de socialização no grupo a que pertencemos.

    Genes e ambiente

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Hoje, a maioria dos lingüistas concorda que tanto a biologia como o ambiente são importantes. “Ninguém pode duvidar de que existe um fator genético que determina a aquisição da linguagem pelos humanos – enquanto outros organismos, vivendo exatamente no mesmo ambiente, não a adquirem. Eles nem ao menos reconhecem que alguns elementos do ambiente estão ligados à linguagem”, diz o lingüista americano Noam Chomsky, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), principal expoente da Teoria da Gramática Universal. “As crianças adquirem a linguagem de forma quase reflexiva, muito antes de terem familiaridade com muitos aspectos de sua cultura. Por outro lado, tampouco existem dúvidas de que o ambiente influencia esse processo. É graças aos fatores ambientais, por exemplo, que eu falo inglês e não suaíli.”

    A neurologia segue no mesmo caminho. “O programa genético garante a possibilidade de aprender linguagem e constituir a mente humana. Mas, para que essa possibilidade se realize, ela vai depender da interação com pessoas e coisas, ou seja, da constituição das redes neurais que representam os conceitos e as palavras”, diz o neurologista Benito Damasceno, da Unicamp. Ou seja: o desenvolvimento da linguagem seria semelhante ao da visão, ao da locomoção ou ao de qualquer outro sistema orgânico.

    Publicidade

    O problema é que, ao contrário de outros sistemas orgânicos, a linguagem é difícil de ser estudada por ser exclusiva da nossa espécie. Golfinhos e macacos podem se comunicar, mas aparentemente não desenvolvem regras para formar frases como nós. Mas tudo deve ficar mais fácil em breve. Quanto mais conhecermos as causas de distúrbios de linguagem, mais ficaremos sabendo sobre o peso dos genes e dos fatores ambientais envolvidos em nossa habilidade para a comunicação.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.