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Quem foi Frida Kahlo?

Acidentes, vida conjugal conturbada, ativismo político, morte precoce. Conheça a vida de uma das pintoras mais geniais da história.

Por Gabriela Monteiro
12 jul 2021, 19h55

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón foi uma das mais importantes pintoras mexicanas da história. Ela nasceu em 6 de julho de 1907, no distrito de Coyoacan, terceira de quatro irmãs, filha de um judeu alemão e uma católica fervorosa. Frida se autointitulava “Filha da Revolução Mexicana”, disputa política entre revolucionários e opositores que aconteceu entre 1910 e 1920.

Em 1913, aos 6 anos de idade, Frida contraiu poliomielite infantil, doença responsável por deixar uma lesão em seu pé direito e encurtar uma de suas pernas. Não foi a única tragédia em sua vida: em 1925, aos 18, a artista estava dentro de um ônibus que se chocou contra um trem. Ela fraturou a espinha, a clavícula, a pélvis e várias costelas. Por causa dos ferimentos, passou por 35 cirurgias ao longo da vida e precisou usar colete ortopédico até morrer.

De cama por meses a fio após o acidente, Frida adotou como passatempo desenhar em seus próprios coletes ortopédicos – transformando-os em verdadeiras obras de arte. Nesse período, ela também ganhou de seu pai um cavalete adaptado, no qual rabiscou seus primeiros quadros. Foi desse modo que a pintura entrou em sua vida.

Ilustração da Frida Kahlo.
(Milton Nakata/Mundo Estranho)

Em 1928, aos 21 anos, já andando com as próprias pernas e estudando arte, Frida entrou para o Partido Comunista. Lá, conheceu o artista plástico e muralista Diego Rivera, 21 anos mais velho. Casou-se com ele no ano seguinte, iniciando um relacionamento conturbado, repleto de brigas e adultérios de ambas as partes. Frida era bissexual (algo transgressor para a época) e teve amantes do sexo feminino.

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De 1930 a 1933, o casal passou a morar em Detroit, nos EUA, por causa dos trabalhos de Rivera. Por meio dos registros no diário e das pinturas que Frida fez na época, é claro hoje que a pintora, assumidamente nacionalista, sentia falta do México e não conseguiu se adaptar. Nesse período, ela engravidou de Rivera três vezes e sofreu aborto espontâneo nas três gestações, devido a problemas no útero causados pelo acidente de 1925.

De volta ao México

Um ano após o casal regressar ao México, em 1934, o casamento enfim sucumbiu quando a pintora descobriu que Rivera mantinha um caso com a irmã de Frida, Cristina. Esse foi provavelmente o período de maior depressão na vida da artista, que cortou os cabelos curtos e pintou alguns de seus quadros mais melancólicos.

Mas, assim como no episódio do acidente, foi na desgraça que ela se reconectou com a arte – Frida começou a comercializar suas obras a fim de conquistar sua independência financeira.

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Após o divórcio, Frida se dedicou à vida artística e política. Mas houve episódios pontuais de romance. O mais famoso foi o suposto caso com o filósofo russo Leon Trotski entre 1937 e 1939, quando Frida o abrigou em sua casa para protegê-lo de uma possível perseguição stalinista. Apesar dos fortes indícios, o boato nunca foi confirmado.

Frida Kahlo pintando.
(Bettmann / Colaborador/Getty Images)

Em 1940, Frida e Rivera se casaram de novo e assim ficaram por 14 anos, tão conturbados quanto os primeiros. Apesar das brigas, Rivera ficou ao lado de Frida durante o período mais delicado da vida dela, quando ela precisou amputar uma perna. Em 1953, ela teve sua primeira (e única em vida) exposição solo no México. Em 1954, aos 47 anos, Frida faleceu vítima de embolia pulmonar, resultado de uma pneumonia.

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Morreu a mulher, ficou o legado: ao longo da vida, Frida pintou 143 quadros, dos quais 55 eram autorretratos. Apesar de ser considerada uma pintora surrealista, ela negava fazer parte do movimento por nunca ter pintado sonhos, mas sim sua realidade. Também foi influenciada pelo realismo e pelo simbolismo. Seus quadros muitas vezes tinham imagens fantásticas e chocantes, além de traços livres e cores opacas.

Pergunta: Rafael Boczkowksi, Londrina, PR

Fontes: Livro Frida – A Biografia, de Hayden Herrera, sites Huffington Post, BBC, El País e fridakahlo.org 

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