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Robert Watson-Watt, o meteorologista considerado “pai do radar”

Nascido há 130 anos na Escócia, o cientista desenvolveu um sistema de radar que ajudou a Grã-Bretanha em uma vitória contra a Alemanha Nazista. Conheça sua história.

Por Luisa Costa
12 abr 2022, 17h00

Grã-Bretanha, julho de 1940, Segunda Guerra Mundial. Ali dava-se início a uma grande batalha entre as forças aéreas inglesa e alemã. O exército nazista, que já havia dominado Bélgica e Holanda, estava também do outro lado do estreito Canal da Mancha, controlando portos da França. A invasão do Reino Unido era iminente.

Mas, depois de muitas baixas e aeronaves perdidas, os ingleses levaram a melhor. E a vitória contra os nazistas é atribuída, em grande parte, a uma tecnologia que tinha acabado de ser desenvolvida: o radar. O responsável por isso? Sir Robert Watson-Watt, nascido há 130 anos na Escócia.

Watson-Watt era um meteorologista. Descendente de James Watt, inventor da máquina a vapor, formou-se em engenharia aos 20 anos e passou a trabalhar usando ondas de rádio para detectar trovoadas. Mais tarde, em 1935, ele foi convidado pelo Air Ministry inglês (“Ministério Aéreo”, em tradução livre) a desenvolver um “raio da morte”.

A ideia do ministério era que Watson-Watt, então diretor do departamento de rádio do Laboratório Nacional de Física, investigasse a possibilidade de se criar uma tecnologia em que ondas eletromagnéticas aquecessem aeronaves inimigas e acionassem seus explosivos.

Nada feito. O cientista logo apresentou cálculos mostrando que o raio da morte era besteira – mas não deixou o governo inglês de mãos abanando. No mesmo ano, ele enviou um documento secreto ao ministério explicando como as ondas de rádio poderiam ser usadas para localizar aeronaves e comprovou suas ideias com demonstrações experimentais.

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Hoje, nós sabemos bem como funcionam os sistemas de radar – sigla para radio detection and ranging, ou “detecção e alcance de rádio”. Antenas emitem ondas eletromagnéticas, que são rebatidas por objetos mais ou menos distantes e retornam a receptores – como um eco. Assim, pode-se descobrir exatamente onde estão os obstáculos (ou aeronaves, por exemplo).

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Mas, nas décadas de 1930 e 1940, era uma tecnologia totalmente nova. Um primeiro sistema de radar até havia sido construído em 1904, pelo alemão Christian Hulsmeyer, mas ele estava longe de ser preciso e eficiente.

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Depois, nos anos que antecederam a Segunda Guerra, países ao redor do mundo trabalhavam para desenvolver tecnologias do gênero. Mas quem teve sucesso na missão foi Watson-Watt, que pôde localizar aeronaves com sucesso a cerca de 140 quilômetros de distância e ficaria conhecido como o “pai do radar”.

Seu trabalho fez surgir a Chain Home, um conjunto de radares localizado ao longo da costa leste e sul da Inglaterra. Em 1938, bem a tempo da Segunda Guerra (e da Batalha da Grã-Bretanha, citada no início da matéria), os radares operavam fiscalizando o espaço aéreo inglês. No início, havia 18 deles, e o número cresceu para 53 até o fim da Guerra. 

Sir Robert Watson-Watt também desenvolveu pesquisas sobre radiação eletromagnética e fenômenos atmosféricos, e foi nomeado cavaleiro em 1942 por suas contribuições à Grã-Bretanha.

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