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Sociedade antes desconhecida do período Neolítico é descoberta em Marrocos

As plantações no noroeste da África são evidência de uma conexão intensa entre o continente e a Europa durante o fim do período Neolítico.

Por Eduardo Lima
25 set 2024, 19h00

Num sítio arqueológico do Marrocos, pesquisadores descobriram vestígios de uma civilização agrícola antes desconhecida. Essas evidências da pré-história da África do Norte datam de cerca de 4.000 a.C.. Isso equivale ao fim do período Neolítico, que começou em 10.000 a.C. e foi até 3.000 a.C.

É a primeira descoberta que mostra a importância da região do Magreb (noroeste do continente africano) no nascimento de sociedades complexas na região do Mar Mediterrâneo. O Magreb separa o mar do deserto do Saara, além de ser a rota marítima mais rápida entre África e Europa, com o Estreito de Gibraltar.

Não se sabia muito sobre a história do Magreb entre os anos 4.000 a.C. e 1.000 a.C. Os arqueólogos investigaram o sítio de Oued Beht para entender a influência da região e dos africanos nas sociedades do Mediterrâneo da mesma época.

Os vestígios de Oued Beht revelaram o maior complexo agrícola da África neolítica com exceção das plantações no Egito, às margens do rio Nilo. A comunidade vivendo próxima às plantações tinha um tamanho parecido com o da cidade de Troia, na Era do Bronze, que foi fundada quase mil anos depois.

As descobertas foram divulgadas na revista Antiquity, da Universidade de Cambridge. Uma das intenções do estudo é mostrar que o motivo de não se saber nada sobre a pré-história do Magreb não é porque não era interessante, e sim porque havia uma falta de investigação relacionada ao assunto.

Portugal e Espanha copiando

Entre as evidências de uma sociedade agrícola no que hoje é o Marrocos, os arqueólogos encontraram plantas domesticadas sem precedentes na região, além de restos de animais. Também foram achados potes de cerâmica e ferramentas de pedra, que apontam para o fim do período Neolítico. Além de tudo isso, uma escavação em Oued Beht encontrou várias evidências de poços profundos para armazenamento.

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Outros sítios arqueológicos com poços parecidos já foram encontrados na Península Ibérica, onde ficam Portugal e Espanha. É mais uma evidência desse contato direto com a África. Achados de marfim e ovos de avestruz também apontam para uma conexão mais íntima entre os dois continentes, já que essas coisas não podiam ser encontradas na Europa.

Com a descoberta de Oued Beht, não dá para negar que a região do Magreb teve um papel importante no Mediterrâneo, lá pelo quarto milênio a.C. Segundo os arqueólogos, podemos afirmar que a sociedade agrícola era parte de uma comunidade de povos e cidades dos dois lados do Mediterrâneo, que se relacionavam e se desenvolveram em conexão.

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