Em agosto de 1868, o astrônomo francês Pierre Janssen (1824-1907) fotografou um eclipse na Índia com um espectroscópio. O aparelho registra os raios luminosos em linhas horizontais, as espectrais, que por sua vez indicam as substâncias presentes no caminho dos raios entre o Sol e o filme na máquina. Mas Janssen apenas fez sua “foto” e não lhe deu mais atenção. Dois meses depois, longe dali, o astrofísico inglês Joseph Norman Lockyer (1836-1920), examinando outra chapa, viu linhas espectrais estranhas nos raios solares, denunciando a presença de uma substância desconhecida. No mesmo dia, 20 de outubro, comunicou sua observação à Sociedade Real de Ciências de Londres. Três dias depois, porém, o francês Janssen, revendo as imagens feitas na Índia, notou a mesma coisa. A história poderia virar briga, mas fez nascer uma amizade. Os dois cientistas se conheceram ao debater a descoberta e decidiram dividir juntos as glórias por terem descoberto o gás hélio.