Epicuro: “A morte não é nada para nós”
Para ele, a felicidade é o grande objetivo da vida. Mas só pode ser alcançada superando o medo de morrer
Durante escavações em sítios arqueológicos gregos e romanos, foram encontradas várias estatuetas de Epicuro. Era normal que os intelectuais da época guardassem estátuas de filósofos, mas o que chamou a atenção é que as de Epicuro estavam presentes até nas casas simples. Os seguidores do filósofo, nascido na ilha de Samos, acreditavam que contemplar seu rosto aquietava o espírito. Epicuro adorava comparar seu pensamento à medicina. Proclamava-se um terapeuta do espírito, médico das almas e cirurgião das paixões. Na sua escola, chamada de O Jardim, acolhia mulheres, escravos e até mesmo prostitutas para suas “consultas”.
Como Aristóteles, acreditava que o maior objetivo da vida era a felicidade. Mas ia além. Achava que a dificuldade em atingi-la estava no medo que sentimos da morte. Epicuro se propôs a resolver o impasse: se a morte é o fim das sensações, ela não pode ser fisicamente dolorosa, e, se é o fim da consciência, não pode causar dor emocional. Ou seja, não há nada a temer. Superado esse medo, podemos ser felizes. Epicuro morreu aos 72 anos. Não sabemos se ele estava completamente destemido em relação ao juízo final, mas, em uma de suas últimas cartas, comemorou a vida doce, feliz e sempre digna de ser vivida.