Os 10 milhões de paulistanos que se cuidem: a poluição está caindo sobre suas cabeças. A chuva em São Paulo, analisada pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), tem mais acidez – ou seja, mais poluentes – do que toleram os padrões internacionais de saúde. Seu pH (índice de acidez) é de 4.5 na média anual, abaixo portanto do índice recomendável de 5. 65. Quanto menor o pH, mais ácida é a água. As chuvas que caem na cidade costumam ser mais poluídas no inverno que no verão, quando o volume de água ajuda a dissipar a acidez.
Os culpados pelo fenômeno são os mesmos de sempre – as indústrias e os veículos que despeja um, todos os dias, na atmosfera toneladas de dióxido de enxofre e de óxido de nitrogênio. Em contato com as nuvens, os agentes poluidores formam um ácido sulfúrico e ácido nítrico que voltam ao solo com a chuva. Nos Estados Unidos, Canadá e países europeus, estudos já comprovaram a relação entre a acidez da chuva e a baixa produtividade de lavouras – além da mortandade de da fauna. Segundo o físico Celso Orsini, da USP, não se conhecem os efeitos e específicos da chuva sobre São Paulo, o mas a corrosão em automóveis é um bom indicador do alto teor de enxofre no ar.