Como construir uma cápsula do tempo
Quer deixar uma mensagem para as futuras gerações? Controle a temperatura, a umidade, a exposição ao sol e pronto: você terá uma cápsula para a eternidade
1. A CONSTRUÇÃO
Mas que calor
Se o lugar escolhido para deixar a cápsula for quente e seco, use um pote de metal. Vidro seria péssimo se a mensagem for gravada em papel: a tinta pode desbotar e o calor pode ser intenso a ponto de atear fogo lá dentro. Coloque num recipiente de alumínio ou aço inoxidável (eles resistem mais à ferrugem). Pode ser aqueles cantis de ciclista. Uma cápsula dessas pode durar até 500 anos.
Nas ondas do mar
Se for jogar a cápsula ao mar, prefira vidros e outras cerâmicas. Apesar de frágeis em casos de queda, eles resistem bem em quase todos os tipos de ambientes – e duram milhares de anos. Pode ser qualquer garrafa de vidro, como uma de cerveja. Feche com a ajuda de um maçarico para garantir que a tampa fique lá.
2. A MENSAGEM
À moda antiga
Para durar mais, grave a informação num pergaminho. Informações digitais, gravadas em pen drives ou CDs duram apenas 100 anos. Fotos, mesmo na melhor das hipóteses, duram 500 anos. Já papéis mantidos numa cápsula longe do Sol resistem a milênios. Outra dica é esterilizar a cápsula e fechá-la no vácuo – isso elimina alguns microrganismos que podem degradar o papel.
Talhado no vidro
Para a mensagem escrita durar ainda mais tempo, os especialistas recomendam que ela seja gravada em vidro, metal ou cerâmica. É por isso que ainda conseguimos decifrar o que civilizações milenares escreveram séculos atrás. Aí valem as mesmas regras: cerâmicos resistem menos às quedas e metais não toleram água e umidade.
3. EXTRA!
A melhor cápsula do mundo
Para resistir a terremotos, umidade e oscilações de temperatura, a melhor opção seria construir uma cápsula com grafeno (o material mais resistente do mundo), e, depois, blindá-la com uma camada de chumbo, para barrar radiação. Recomenda-se ainda colocar duas camadas de vidro lá dentro – vai funcionar como uma garrafa térmica e manter o ambiente sempre no vácuo. Pronto, sua cápsula vai durar para sempre, independentemente de catástrofes.
Fontes: Claudio Furukawa, físico da USP; Adilson Luiz Chinelato, professor de Engenharia de Materiais da Universidade Estadual de Ponta Grossa; Patrícia Gatto, professora do curso de pós-graduação em Fotografia Aplicada do Centro Universitário Senac.