Este é o mapa de todas as metrópoles do mundo.
Um bairro artístico, outro que sempre foi rico, uma rodovia engarrafada, um parque lindo no meio do nada – pense bem, você conhece essa cidade
Os bairros de Higienópolis (São Paulo), Recoleta (Buenos Aires) e Upper East Side (Nova York) sempre foram regiões ricas. Já a Lapa (Rio de Janeiro), Montmartre (Paris) e Born (Barcelona) são lugares predominantemente artísticos. Se você andar por Pinheiros (São Paulo) verá luzes pisca-piscas, cafeterias veganas, muros grafitados e homens barbudos andando de bicicleta – mas se estiver em Williansburg (Nova York), Kreuzberg (Berlim) ou Dalston(Londres), o cenário muda pouco.
Essas não são coincidências aleatórias entre bairros de grandes cidades. O mundo pode até ser grande, efervescente e diverso, mas alguns padrões inevitavelmente se repetem. E quando o tema é urbanismo, basta prestar atenção nos bairros da sua cidade para saber que em algum outro canto do planeta existe um local equivalente, talvez com clima, cores e arquitetura distintos, mas com uma personalidade semelhante.
Pensando nisso, um artista chamado Chaz Hutton criou um mapa genérico com lugares que toda grande cidade tem. Hutton, que atualmente vive em Londres, baseou o desenho em 18 pontos cartográficos para provar que toda metrópole pode ser, pelo menos no papel, o mesmo lugar. Alguns argumentos do designer são que toda cidade tem um bairro étnico onde as pessoas brancas vão comer a “melhor comida”, um lugar muito legal que seus pais evitavam nos anos 80, uma ponte que todo mundo ama e outra que todo mundo odeia, o centrão cheio de gente vestida com roupa social e por aí seguem os estereótipos das metrópoles.
“Mais do que um mapa, é a experiência das pessoas vivendo nas cidades: as mudanças de circunstâncias à medida que as pessoas envelhecem e têm filhos, a forma como áreas descoladas emergem de locais tensos, as regiões tradicionalmente ricas, o tipo de lugar que uma loja como a Ikea tem que ser construída para ser rentável. Todos esses elementos são endêmicos para a maiores das grandes cidades, sendo grande parte deles resultados dos arcos de gentrificação”, afirma Hutton.
Além de ser uma boa seleção dos aspectos comuns das metrópoles, uma das coisas mais curiosas do trabalho de Hutton seja o fato de que seus desenhos são feitos em Post-Its. E tamanho não é documento: o mini mapa viralizou assim que foi publicado no Twitter. O sucesso foi tanto que o designer se viu obrigado a ampliá-lo e fazer uma segunda edição com outros 14 “lugares universais”.
Mas nem só de urbanismo vive o trabalho de Hutton. Com bom humor, sarcasmo e uma incrível capacidade de síntese, ele ironiza em seus papeizinhos situações como namoro, trabalho, família e lutas entre gorilas. Ele também é autor do livro “A Sticky Note Guide to Life”, ainda sem título em português, e alimenta o Instagram @instachaaz com desenhos que resumem de maneira bastante ácida a verdade sobre a vida adulta.