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Hidrelétricas ecológicas

Com empenho, investimentos em maquinaria e educação ambiental, é possível mudar o perfil das gigantescas obras para implantação de usinas hidrelétricas e diminuir consideravelmente o desgaste da natureza.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 30 jun 2003, 22h00

Mariana Lacerda, de Veranópolis, RS

O prêmio que a Construções e Comércio Camargo Corrêa ganhou vai para os 1 200 trabalhadores que estão construindo a Usina Hidrelétrica do Rio das Antas, no município de Veranópolis, na Serra Gaúcha, e para todos os que participaram do erguimento de outras hidrelétricas com igual respeito ao meio ambiente. Não deve ser fácil minimizar vazamentos corriqueiros de óleo quando se está trabalhando com estruturas gigantescas, capazes de perfurar túneis em rochas e modificar o trecho de um rio – como vai ocorrer com o Rio das Antas para que a usina, que terá capacidade de gerar energia para uma cidade do porte de Florianópolis, seja construída.

Durante as obras, Denício Regazini, operador de um trator de lâmina, viu estourar a mangueira de óleo de sua máquina – aliás, um problema freqüente em máquinas de grande porte. “Meu coração disparou quando vi o líquido escorrendo pelo solo”, afirma. Ele sabe que 1 litro de óleo diesel pode comprometer até 1 milhão de litros d’água. Sugeriu, então, à Camargo Corrêa que cada operador de máquina tivesse, entre seus equipamentos, uma lona plástica para, em caso de acidente, o óleo ser detido ali. A idéia foi acatada. Antes, e nem faz tanto tempo assim, cavava-se um buraco no solo e era ali mesmo que o óleo derramado seria deixado.

Para minimizar o impacto ambiental da construção de uma usina hidrelétrica, a Camargo Corrêa investiu pesado em maquinário e na conscientização ambiental dos trabalhadores das cinco obras de hidrelétricas brasileiras das quais está à frente. “Queremos garantir a contenção ampla e irrestrita de vazamentos de óleo e de outros materiais que contaminam o solo e as águas”, diz Maria de Lourdes Küller, consultora de meio ambiente da empresa. Em Rio das Antas, opera, além de uma usina compacta de tratamento de esgoto, uma máquina que recicla concreto. Ela separa a água contendo resíduos de concreto proveniente da lavagem do maquinário. O concreto separado é reaproveitado e a água, reutilizada para lavar novamente o maquinário.

Outra solução para que a obra não contamine o ambiente está na oficina de máquinas. Ali, foi construída uma espécie de caixa em concreto para separar o óleo de toda água resultante da lavagem das máquinas. Com densidade mais leve, o óleo permanece na superfície, enquanto a água escoa por uma passagem no fundo da caixa. O óleo coletado é vendido para empresas que reutilizam esse material.

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Medidas como investir numa recicladora de concreto são fundamentais. Mas só ganham força com o empenho de cada um dos trabalhadores envolvidos na obra. Com a atenção redobrada e a troca de idéias, eles estão conseguindo mais que atender às licenças ambientais de construção. Em Rio das Antas, por exemplo, dos 140 hectares de mata autorizados para desmatamento, apenas 34 foram retirados – garantia de preservação das encostas e de menos erosão do solo.

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