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Latifúndio verde

A história de Carlos Schneider, o industrial e proprietário de terras de Joinville que comprou um paraíso de Mata Atlântica nos arredores da cidade. Só para poder preservá-lo.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h07 - Publicado em 31 Maio 2002, 22h00
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  • Leandro Narloch, de Joinville, SC

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    Não havia tempo a perder. A mata do pé da serra estava sendo engolida pelos reflorestamentos de pinheiros e pelas plantações infinitas de banana. O que sobrava sofria nas mãos de palmiteiros e madeireiros, que tinham devastado florestas inteiras no Paraná. A água pura que rolava pelos seixos dos rios vinda do alto da serra virava lama depois de passar pelas mineradoras, que só tinham olhos para o cascalho.

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    Alguém precisava salvar os mananciais de Joinville, no norte de Santa Catarina. Carlos Schneider, dono da maior fábrica de parafusos da América Latina, a Ciser, mesmo sem incentivo algum, resolveu comprar as terras onde nasce o rio Quiriri. Em 1983, adquiriu 290 hectares. Em 1984, 747, e mais 716 em 1996. Até que, em 2001, a Fazenda de Preservação Quiriri chegou a uma imensidão de 6 520 hectares, área equivalente a 7 500 campos de futebol – o suficiente para garantir o Prêmio Super Ecologia, na categoria Água, como melhor projeto de empresa. As terras só terminam em Tijucas do Sul, já no Paraná, a mais de 50 quilômetros. Dentro delas, estão 70% das nascentes do rio, responsável por 17% da água que os joinvilenses bebem.

    “Não se trata apenas de comprar terrenos. Queremos deixar áreas que sofreram com a exploração o mais perto possível de uma mata nativa”, diz a bióloga da fazenda, Gilian Rose da Silva. “Todo ano plantamos um milhão de sementes de palmito, planta fundamental para esse ecossistema.” Gilian e as outras 15 pessoas que cuidam da fazenda de preservação também plantam peroba, canela, cedro – árvores de madeira de lei que só restaram em áreas entre cachoeiras, onde os desmatadores não chegaram.

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    O salário de todos os envolvidos, as caminhonetes, o preparo das sementes e das mudas, a aquisição das terras, tudo é pago pela Ciser. A única ajuda do governo vem da parceria informal com a Polícia Ambiental de Santa Catarina, que ajuda a proteger as áreas mais remotas contra caçadores e palmiteiros.

    Hoje, Carlos Schneider está com 77 anos e graves problemas de saúde. Mas seu legado já foi transmitido. Prova disso é o mateiro Antônio Franklin da Rocha. Depois de passar a vida caçando, ele decidiu dedicar-se à preservação na fazenda. Foi apelidado de Santo Antônio pelo pessoal do Quiriri, por ser o único a conhecer os esconderijos e as estratégias dos animais. “Passei 40 anos caçando e transportando madeira por esta serra. Mas hoje uso o que sei para preservar”, diz.

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    Os finalistas

    As outras empresas que chegaram à final da categoria Água foram a Alstom Brasil e a Frimesa. A Alstom, fabricante de equipamentos para geração e transmissão de energia, tem um projeto de conscientização pela preservação do Córrego José Raimundo, na paulista Taubaté. Já a indústria de laticínios Frimesa despoluiu seus efluentes, o que livrou de poluentes o rio Alegria, em Medianeira, Paraná.

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