Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Matar para proteger

A caça controlada pode ainda evitar superpopulação de espécies. Agora, alguns animais, símbolos da preservação, como a onça-pintada e o jacaré, estão no alvo da mira .

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h07 - Publicado em 30 set 2001, 22h00

Fernanda Campanelli Massarotto

Caçar e derrubar árvores pode ajudar a preservar a natureza? Na opinião de muita gente, sim. A exploração sustentável – um nome pomposo que significa não retirar do ambiente mais do que ele pode repor naturalmente – ganha cada vez mais espaço como estratégia para acomodar os interesses conflitantes de quem tira o sustento da natureza e de quem quer ver as paisagens intocadas. A caça controlada, dizem alguns pesquisadores, pode ainda evitar superpopulação de espécies, além de gerar receita. Isso vem sendo feito com sucesso, inclusive no Brasil, no Rio Grande do Sul, o único Estado onde a caça é legal. Todos os anos, a Fundação Zoobotânica indica quais as espécies disponíveis para a caça, em que quantidades e em que regiões. A novidade, agora, é que algumas espécies símbolo da preservação, como a onça-pintada e o jacaré, estão na mira do “uso sustentável”.

No caso das onças, a idéia surgiu porque sua população cresceu no Pantanal. Estima-se que haja 1 400 onças-pintadas e 2 500 onças-pardas. O que é uma vitória dos ambientalistas é também uma dor de cabeça para os fazendeiros, que dizem perder para os felinos até 10% dos bezerros nascidos. Há hoje pelo menos duas pesquisas sobre a viabilidade da caça à onça. Países como a Argentina e os Estados Unidos permitem a caça de predadores, cobrando até 2 000 dólares por licença. Mas há discórdia sobre a eficácia da medida. “É preciso antes fazer um levantamento. A caça pode ser uma alternativa futura, mas ainda é polêmica”, diz Sandra Cavalcanti, coordenadora do Projeto Predação, do Centro de Conservação do Pantanal.

O futuro do jacaré parece ainda mais assegurado. Uma contagem feita no ano passado no Pantanal estimou sua população em 3,5 milhões de adultos. Ou seja, a espécie não corre perigo. A boa notícia deve-se não só à lei que proíbe a caça comercial desde 1967, mas também a um sistema de criadouros instituído nos anos 80. O biólogo Marcos Coutinho, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), defende a caça como fonte de receita para a conservação. “A utilização sustentada da vida silvestre no Pantanal é uma estratégia importante para promover a conservação”, diz.

Na Amazônia, o desafio é controlar a extração de madeira, uma ameaça à floresta. Proibi-la preservaria a região, mas tiraria o sustento de famílias que trabalham nas madeireiras. A saída é o manejo sustentável, ou seja, um corte selecionado e controlado. “Fazer com que a floresta amazônica se torne um negócio lucrativo pode ser sua salvação”, diz o engenheiro florestal Mauro Armelin, da ONG Amigos da Terra.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.