(Giovani Alves, Paudalho, PE).
Você já foi até a beira da praia e sentiu os pés afundarem na areia mole, encharcada: quando vem a água do mar, sentimos uma pressão nos puxando para baixo. Esse talvez seja o exemplo mais conhecido de areia movediça – leitos arenosos em que os grãos, misturados com água, formam uma massa que tende a engolir qualquer objeto pousado sobre a superfície. “Os grãos lisos e arredondados ficam com pouca aderência mútua na areia fina saturada de água. Cria-se, assim, uma pasta semilíquida e móvel”, diz o geólogo Paulo Roberto dos Santos, da USP. Para isso, é preciso uma areia fofa, com os grãos bem afastados uns dos outros, permitindo a entrada do líquido – e também pressão na superfície. A literatura e o cinema de aventura, porém, fizeram dessa condição geológica um mito. “Não são conhecidos casos de pessoas que afundam na areia movediça. Isso só acontece com animais – como um cavalo, por exemplo-, porque são desavisados”, afirma Paulo César Giannini, também geólogo da USP.