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Secou porque não ventou: o que causou a pior seca dos últimos 40 anos

No último inverno, o Brasil teve a maior seca dos últimos 40 anos. Tudo por causa da chamada área de circulação zonal, no Pacífico: ela bloqueou os ventos que trariam as chuvas.

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Atualizado em 31 out 2016, 19h04 - Publicado em 31 out 1994, 22h00
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  • Por Marcelo Afinni

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    Nos meses de julho, agosto e setembro de 1994, as regiões Sudeste e Centro Oeste do Brasil sofreram as conseqüências da pior seca dos últimos 40 anos. Durante mais de 100 dias não choveu na cidade de São Paulo. Em Brasília, a umidade relativa do ar atingiu índice de 11%, igual ao do deserto do Saara. Os incêndios consumiram matas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal.

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    O que provocou tudo isso?

    “O problema veio de bem longe, da parte leste do oceano Pacífico”, afirma a meteorologista Cíntia Uvo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, SP. Mais ou menos na altura do Trópico de Capricórnio, linha imaginária que dá a volta ao globo, passando pela cidade de São Paulo, surgiu um fenômeno cuja causa não se conhece, diz Cíntia. Parecido com um redemoinho, ele é tecnicamente batizado de área de circulação zonal e pode ter até 1 500 quilômetros de diâmetro. Dentro dessa área, a pressão atmosférica sobe e desce: é alta em alguns pontos e baixa em outros. Então, o ar fica circulando, como se estivesse fechado em uma redoma de vidro.

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    A área de circulação zonal ficou estacionada no Pacífico durante três meses. Desviou o caminho do fluxo de ar que traz as frentes frias da Antártida e que fazem chover no Brasil. A anomalia começou a interferir nos movimentos da atmosfera a partir de julho.

    Os ventos bloqueados por ela trafegam na média troposfera, isto é, a aproximadamente 5 quilômetros de altitude. São compostos por ar frio e aí é que está: o ar frio é mais pesado que o ar quente e úmido do continente. Por isso, quando chegam ao continente, os ventos frios vindos do Pacífico tendem a se enfiar por baixo do ar quente — que então sobe e forma as nuvens. Este ano, com as frentes frias desviadas para o Atlântico, o ar quente ficou sem ninguém para empurrá-lo lá para cima. Aos poucos, foi perdendo a umidade. Resultado: o Brasil, embaixo, ficou seco.

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