Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99

Usar o Facebook pode mudar sua religião, diz estudo

A pesquisa, realizada nos Estados Unidos ao longo de 11 anos, mostra que as redes sociais têm mudado as nossas crenças - e tornado as pessoas mais tolerantes

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 10h36 - Publicado em 18 Maio 2016, 14h45

“Borboletas não conseguem ver as próprias asas. Elas sabem o quanto são bonitas, embora todos ao redor consigam”. Responda rápido: o que você acha dessa frase? Parece legal, não é? Bom, antes de mudar seu status no Wahtsapp, saiba que essas palavras vieram de uma página religiosa no Facebook – uma das primeiras que aparecem quando você procura o termo “Islã” por lá. 

Se você curtiu a frase mesmo não sendo muçulmano, saiba que não é o único: uma pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que a maioria das pessoas faz a mesma coisa – incorpora crenças, dogmas e práticas de diversas religiões a partir de posts nas redes sociais. E mais: fazem isso mesmo seguindo outra religião. 

O estudo, realizado pelo departamento de sociologia da Universidade de Universidade de Baylor, no Texas, tinha como objetivo medir o quanto a comunicação em rede influencia as crenças das pessoas. Para isso, 3 mil jovens de 13 a 17 anos foram questionados sobre religião e internet entre 2002 e 2013.

LEIA: Facebook descreve fotos para cegos

Nos questionários, os participantes precisavam responder três perguntas simples: se, para eles, outras religiões além da que seguiam poderiam ter valores verdadeiros; se aceitar algumas crenças de outras religiões seria ok ou condenável; e se uma pessoa da mesma religião que eles poderia acreditar em partes de outras religiões. Eles também tinham de dizer com que frequência participavam de cultos religiosos – excluindo casamentos, funerais e batismos – e quanto tempo passavam conectados ao Facebook. 

Continua após a publicidade

A pesquisa concluiu que 80% dos participantes acham que tudo bem incorporar novas crenças à própria vida, mesmo que elas sejam parte de outras religiões. Mas o que chama atenção é que apenas as pessoas que mais usavam as redes sociais – 89% dos jovens – se mostraram flexíveis em relação aos dogmas religiosos. O resto, usuários menos frequentes do Facebook e de outras redes, são as mesmas pessoas que disseram ir mais a cultos e rituais, como missas, congregações e afins. 

LEIA: O lado negro do Facebook

Através das redes sociais, as pessoas estão vendo as religiões de uma forma diferente: não mais como uma coisa antiga, inquestionável e sólida, mas como algo mais livre, do qual se pode escolher algumas partes e rejeitar outras para compor uma crença própria e personalizada. Uma mesma pessoa pode curtir a frase da borboleta do começo do texto – que é muçulmana -, aceitar a ideia de que não devemos ser apegados a bens materiais – que é budista -, crer que Deus perdoa tudo – católica – e por aí vai: uma salada mista religiosa e pessoal. 

Continua após a publicidade

Os sociólogos ainda não entenderam por que isso acontece, mas acreditam que a mudança tenha a ver com uma característica específica da internet – a sensação de anonimato, que nos faz pensar que ninguém está olhando o que fazemos online. No Facebook, dificilmente alguém vai julgar os seus likes em posts de diferentes crenças – mas, no mundo offline, você não pode simplesmente sair falando de reincarnação em uma igreja evangélica, ou pregar o perdão divino católico em um templo budista.

A tendência é que, com a popularização cada vez maior das redes sociais no cotidiano, essa nova visão de religião continue se perpetuando. E amém. Ou Namastê. Ou Shalom. Ou o que você quiser. 

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRILDAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.