Vazamento de petróleo: Desastre ecológico que mostra o rastro negro do Homem
Navio petroleiro derrama 42 milhões de litros de petróleo no Oceano Pacífico e ameaça as espécies marinhas.
Bastou o descuido de um único homem para que a natureza sofresse uma das piores agressões dos últimos tempos – e o que não tem faltado nestes tempos são castigos ao meio ambiente. Depois de chocar-se com arrecifes na baía Príncipe William, no Alasca, o petroleiro Exxon Valdez derramou nas águas geladas do Pacífico Norte 42 milhões de litros de petróleo, algo como 45 por cento da produção diária da Petrobrás. Possivelmente embriagado, o comandante do navio, Joseph Hazelwood, tinha deixado o leme a cargo de um imediato – e foi literalmente um desastre. Para mal dos pecados, com o óleo já esparramado no mar, as equipes encarregadas da limpeza levaram nada menos de 36 horas para entrar em ação, desperdiçando um tempo irrecuperável.
Por ter sido o primeiro acidente desse porte em águas geladas e abrigadas, longe, portanto da ação dispersora de correntes marítimas e ventos, ninguém sabe exatamente o que pode acontecer. Mas há espessos motivos para temer o pior. Afinal, as aves, peixes e animais marinhos que não morreram sufocados no óleo poderão a longo prazo ser contaminados pelas espécies marinhas das quais se alimentam. Estas terão se alimentado de seres menores que, por sua vez, se nutrem de plâncton – impregnado da parte pesada do petróleo que se depositou no fundo do mar. Sem nada que o disperse, o petróleo pode liberar componentes tóxicos por anos a fio.