PERGUNTA Mariel Luana Nones, Timbó, SC
Já houve diversos casos ao longo da história. Um período bastante “letal” foram as décadas de 1920 e 1930, quando se popularizaram nos EUA as maratonas de dança. Era o auge da Grande Depressão, com alto índice de desemprego e miséria. Para disputar prêmios que iam de US$ 1 mil até US$ 5 mil, pessoas dançavam dias sem parar, como num teste de resistência, até restar apenas uma. As regras só permitiam 10 minutos para descansar, comer e ir no banheiro, a cada uma ou duas horas. A maratona de dança mais longa durou 2.831 horas (ou 117 dias). O casal vencedor ganhou míseros US$ 2.650
Claro que isso não poderia terminar bem. O caso mais famoso foi o de Homer Morehouse, de 27 anos, que sofreu uma parada cardíaca após dançar por 87 horas, o equivalente a pouco mais de três dias e meio. Vários outros participantes morreram ou entraram em coma. Uma mulher foi desclassificada depois de alucinar, imaginando que homens armados queriam mata-la!
O esforço dos competidores em um dia equivalia a andar cerca de 64 km! Segundo o cardiologista Antônio Bacelar Filho, esse tipo de exagero pode causar infartos ou arritmias. Somado à desidratação e à privação de sono, pode provocar aumento da temperatura corporal, insuficiência renal, lesões musculares, AVCs e até problemas neurológicos, como alucinações ou coma
Depois de tantas tragédias, esse tipo de competição perdeu popularidade. Hoje, as fatalidades na pista de dança costumam estar ligadas à falta de preparo físico (em 2012, um homem de 46 anos enfartou ao fazer o “passo do cavalo” de “Gangnam Style”) ou a coreografias muito ousadas (em 2015, um dançarino de break quebrou o pescoço ao dar um mortal de costas numa balada francesa)
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CONSULTORIA Dr. Antônio Barcelar Filho, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein
FONTES Filme A Noite dos Desesperados, de Sydney Pollack, livro Mas Não se Matam Cavalos?, de Horace McCoy, e sites Daily Mail, BrainWipe, SleepTechTutor, Royal Opera House e Tuscaloosa News