Andorinha voando baixo é mesmo sinal de chuva?
Em certos casos, sim. Na verdade, a altura do vôo das andorinhas é guiada pelo apetite: elas vão para onde houver mais insetos, seu prato preferido. Ocorre que a chuva realmente influencia no deslocamento da refeição desses pássaros. “Quando a tempestade está a três ou quatro quilômetros de distância, uma corrente de ar quente e […]
Em certos casos, sim. Na verdade, a altura do vôo das andorinhas é guiada pelo apetite: elas vão para onde houver mais insetos, seu prato preferido. Ocorre que a chuva realmente influencia no deslocamento da refeição desses pássaros. “Quando a tempestade está a três ou quatro quilômetros de distância, uma corrente de ar quente e úmido empurra os insetos para cima, levando os pássaros para as camadas superiores”, afirma o ornitólogo (especialista em aves) Johan Dalgas Frisch, autor do livro Aves Brasileiras. Pouco antes das primeiras pancadas de chuva, porém, as correntes diminuem e os insetos se concentram junto ao solo.
Nessa hora, o banquete a baixa altitude fica ainda mais atraente para as comilonas andorinhas porque, durante o verão, cupins e formigas com asas percebem as alterações climáticas e saem para iniciar a revoada de acasalamento. “Para esses insetos é o momento ideal para a reprodução, porque a água da chuva que está chegando amaciará a terra e facilitará a construção dos ninhos”, diz Frisch. O apetite das andorinhas é insaciável: algumas devoram mais de 2 000 insetos por dia. Tanta fome leva certas espécies – como as andorinhas azuis – a migrarem 24 000 quilômetros para fugir da falta de alimentos durante o inverno na América do Norte. De dezembro a fevereiro, mais de 100 milhões desses pássaros aproveitam o calor e a fartura de insetos no Brasil. De quebra, dão uma forcinha na previsão meteorológica.