PERGUNTA Pedro Greco, Rio de Janeiro, RJ
Muito provavelmente não. Embora especialistas em comportamento animal já tenham observado cachorros se reunindo em grandes grupos de raças iguais e por tempo prolongado, esse fenômeno poderia ser apenas um hábito relacionado à memória – uma lembrança de momentos dos filhotes com sua mãe. Mas, por enquanto, ainda não há pesquisa contundente que comprove um “racismo” canino. No máximo, eles conseguem sacar quem é cachorro e quem não é: em um estudo da Universidade de Paris e da Escola Nacional de Veterinária de Lyon, ambas na França, nove cães treinados foram capazes de identificar, em 140 pares de fotos, quais delas mostravam outros animais (inclusive humanos) e quais mostravam um cão (independentemente da raça).
ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
Há algumas exceções. Por exemplo, uma experiência traumática fixada na lembrança. Se um poodle for atacado por um dobermann, é possível que se afaste e demonstre medo quando passar por outros da mesma raça ou parecidos. Seria uma espécie de memória de sobrevivência. O mesmo vale quando cães “simpatizam” com outros ou não: pode ser uma consequência de suas memórias, de sua postura (ser muito dominante ou submisso) ou de seus sentidos (um odor estranho que o afasta dos “colegas”).
COISA DE FAMÍLIA
Outra possibilidade é o bichinho reconhecer seus irmãos da mesma ninhada ou até mesmo a mãe, anos depois de serem separados. Isso depende do tempo que estiveram juntos nas primeiras semanas de vida, quando ocorre o “imprinting” (o momento em que o filhote se identifica com a mãe e passa a absorver dela os comportamentos e condutas caninas). É provável que o processo de imprinting aconteça pelo olfato, que é extremamente desenvolvido e eficiente nesses animais.
CONSULTORIA Andrea Ribeiro, coordenadora do mestrado em saúde e bem-estar animal do Complexo Educacional FMU (São Paulo)
FONTES Site I Heart Dog