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Como é feito o transplante de fezes?

Inserindo fezes alheias no intestino do paciente, por via anal, oral ou nasal.

Por Daniel Schneider
Atualizado em 6 mar 2024, 16h22 - Publicado em 20 jan 2014, 17h28
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  • Inserindo fezes alheias no intestino do paciente, por via anal, oral ou nasal. Tudo começa quando a pessoa usa algum antibiótico para tratar de uma doença. Como efeito colateral, o remédio mata uma parte excessiva dos trilhões de bactérias presentes no intestino (grupo chamado de microbiota). Essa chacina permite que uma bactéria invasora, a Clostridium difficile, se reproduza, causando dores e diarreias terríveis. Extremamente resistente, a dita-cuja costuma ser combatida com mais antibióticos, mas os cientistas descobriram que, quando se trata da variedade mais resistente da criatura, eles só dão resultado em 30% dos casos. Já o transplante de fezes funciona em 90%, porque o material transferido contém uma microbiota saudável, que recoloniza a região e impede a proliferação da invasora. Por ser novo, o tratamento ainda não foi regulamentado em vários países, inclusive no Brasil, mas já é realizado em caráter experimental em São Paulo.

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    Método não tem contraindicações nem efeitos colaterais

    1. O doador de fezes é sempre compatível – basta ser saudável e não ter tomado antibióticos há pelo menos três meses. Ele passa por exames de fezes e de sangue e, geralmente, é um membro da família, por questões psicológicas. No Brasil, utiliza-se uma mistura de dois doadores para obter uma microbiota de maior qualidade

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    2. O doador faz cocô em casa ou no hospital. O material é guardado num potinho plástico e deve ser usado em até seis horas. No hospital, é misturado a soro fisiológico em um liquidificador. Cada 500 ml de soro requer de 50 a 100 g de fezes. Para deixar a mistura bem líquida, pode-se filtrá-la ou centrifugá-la

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    3. Há quatro maneiras de fazer a infusão das fezes no tubo digestivo. Duas delas são por via superior, utilizando uma sonda nasogástrica (que entra pela cavidade nasal) ou um endoscópio (pela boca). Ambas passam direto pelo estômago e chegam ao jejuno, a segunda parte do intestino delgado, onde o cocô é despejado

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    4. Os outros métodos são pelo ânus, via colonoscopia ou enema. A primeira é mais eficaz, porque a mangueira pode ir mais fundo, mas o enema, disponível em farmácias, tem a vantagem de poder ser aplicado em casa, pelo próprio paciente. Cerca de 300 ml de fezes são transplantados

    5. O procedimento todo dura no máximo 15 minutos e o paciente pode ser sedado para evitar reações de nojo. Não se sente nada além dos efeitos comuns de uma endoscopia ou colonoscopia e, após pelo menos uma hora, o paciente já pode ir normalmente ao banheiro fazer seu primeiro cocô recolonizado

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    Consultoria Arnaldo Ganc, presidente do Instituto de Gastrenterologia e Endoscopia Digestiva (Iged) e membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, Colleen Kelly, gastrenterologista e professora assistente clínica da Escola de Medicina Brown Alpert, e Alexander Khoruts, gastrenterologista e professor associado de Medicina da Universidade de Minnesota

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