Em geral, sorrateiro e sangrento. Os piratas se aproveitavam de fatores climáticos, como a névoa, para atacar embarcações mercantes maiores e com mais tripulantes. Eles praticavam atos bárbaros com alguns capturados justamente para que sua fama de maus se espalhasse. Com isso, tinham a vantagem de serem temidos – na maioria das vezes, a tripulação se entregava antes do embate corporal. A pirataria ocorreu em todo o mundo ao longo da história. O período mais famoso, o do Caribe, entre os séculos 17 e 18, abrigou a chamada “era de ouro da pirataria”, entre 1713 e 1730. Os piratas preferiam embarcações pequenas, que se embrenhavam por rios e águas rasas, onde não podiam ser perseguidas. Os mais utilizados eram barcos de um ou dois mastros apenas, que não passavam de 20 m de comprimento. O enorme Queen Anne¿s Revenge, ilustrado aqui, era uma exceção. O famoso Barba Negra usou a embarcação por pouco menos de um ano, até resolver afundá-la em junho de 1718 por ser muito grande e difícil de esconder.
Selvageria no mar
Embarcação de Barba Negra era navio negreiro antes de ser capturada
1. Além de atacarem em alto-mar, os piratas gostavam de armar emboscadas em pequenas baías e recortes de litoral, onde podiam se esconder atrás de ilhas. Também era comum aproveitarem momentos de névoa e pouca visibilidade. Um vigia ficava no mastro procurando vítimas – de preferência navios de carga, pois embarcações militares podiam ser parte de uma esquadra maior
2. Uma vez avistado, o navio vítima precisava ser ultrapassado (é por isso que os piratas preferiam barcos pequenos e rápidos). Se quisesse ser furtivo, o navio pirata podia usar uma bandeira falsa e tapar os canhões para fingir que não era inimigo. Uma vez que os navios estivessem próximos, os piratas disparavam um canhão e gritavam ordens de rendição
3. A rendição era preferida ao ataque, porque a batalha podia danificar o navio a ser conquistado. Além disso, a maioria dos navios da época carregava artilharia para resistir a um ataque, mesmo os que não eram de guerra. Se os oponentes não se rendiam, era hora da briga: os canhões eram disparados
4. Enquanto parte dos piratas operava os canhões, o restante lançava ganchos no navio oponente para invadi-lo. O método correto era enganchar, simultaneamente, da popa à proa, garantindo a maior área possível para saltar para o navio atacado e também para fugir, caso necessário
5. Uma vez a bordo, os piratas entravam em combate mano a mano. Praticamente todos carregavam punhais para isso. Mas também usavam espadas, sabres e machados. A partir do século 17, granadas e armas de fogo passaram a ser utilizadas, como pistolas, mosquetes e bacamartes. Barba Negra era conhecido por usar um cinturão com três pares de pistolas
6. Uma invasão durava até 15 minutos. O rendimento era sinalizado quando a tripulação do navio colocava as armas no chão. Os piratas saqueavam mantimentos, cordas, lonas, ferramentas, madeira etc. Nem sempre o objetivo era ficar com os barcos – muitas vezes eles eram afundados. Já as tripulações eram libertadas, mortas ou escravizadas
Munições de canhão
Bala de ferro fundido
Usada para penetrar os cascos dos navios
Bala encadeada
Projetada para danificar velas e cordames, impedindo a fuga
Metralha
Era composta de vários fragmentos de ferro e usada para ferir pessoas
Fontes: Livros The Pirate Ship, de Angus Konstam e Tony Bryan, Privateers & Pirates 1730 – 1830, de Angus Konstam e Angus McBride, e The World Atlas of Pirates, de Angus Konstam
Consultoria: Dalton Delfini Maziero, historiador e especialista em arqueologia
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